Capítulo 22

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— Esse negócio de cura de lobo é incrível! — Falou-me Annie analisando o local onde um dia estivera o ferimento. Este era o sexto dia que eu estava na casa dela e tudo que se podia notar ainda era uma sutil cicatriz.

No segundo dia, Annie começou a ir para as aulas e me trazer as lições para eu estudar e fazer em casa. A partir do terceiro dia eu já conseguia me mover e fazer minhas necessidades sozinha, mas decidi manter repouso na casa dela até que tivesse certeza de que a ferida não se abriria mais.

Nicolas vinha me ver todo dia depois da aula e sempre me trazia algo para comer. No quarto dia, Liam apareceu também, mas não ficou muito tempo. Por algum motivo, William não veio me ver nenhuma vez o que me fez acreditar que ele ou estava muito irritado com o que aconteceu, ou simplesmente não se importava.

— Obrigada por tudo! — Falei para Marta enquanto ela abriu a sutura e tirava os pontos. Ela me acolheu e me tratou como uma filha, com muito mais gentileza do que minha própria mãe costumava ter comigo. Annie tinha muita sorte em tê-la. — A senhora é incrível! Vou sentir falta da sua comida.

— Venha nos ver sempre então! — Respondeu me abraçando apertado em despedida. Eu já havia separado minhas coisas e estava pronta para voltar para casa. Voltei-me para Annie e a abracei bem apertado também.

— Eliza, por favor, volte mais vezes. Já estou sentindo sua falta! — Disse-me Annie em lágrimas.

— Não é para tanto. — Afastei-me um pouco enxugando suas lágrimas enquanto sorria para ela. — Eu moro perto, você também pode ir me ver sempre que quiser e também nos veremos sempre na escola. Isso não é uma despedida, certo?

— Tudo bem! — Ela sorriu com um olhar sem graça e soltei uma risada suave. — Vou te ajudar a levar as coisas.

Assenti. Nicolas se oferecera para me levar e já nos esperava na frente da casa do alfa. Assim que nos viu, pegou minha mala da mão de Annie e depois abriu a porta do carro para mim.

— Não precisava, mas obrigada! — Falei-lhe enquanto ele dava ignição.

— Faço questão de te levar. Tem certeza que já está melhor?

— Estou sim! Como falei, não era nada muito grave. Vamos que a vovó já me disse que está morrendo de saudades.

— Ok! Não queremos matá-la, né? De quem mais eu compraria aqueles deliciosos pães?

Deixei escapar um riso enquanto observava suas mãos guiando o volante. Eram mãos grandes, bonitas. Comecei a pensar no infortúnio de ter tido William como companheiro em vez de Nicolas. Talvez Nicolas pensasse algo assim a meu respeito também...

"Está pensando demais! As coisas são do jeito que são porque são!" — Minha loba estava irritada com minha ponderação. Embora ela aceitasse minha escolha de não querer William como companheiro, ela não aceitaria que eu pensasse em outro homem.

— Quer entrar? — Perguntei a ele assim que chegamos.

— Adoraria!

Antes que eu pudesse tocar a campainha, minha avó já foi abrindo a porta. Provavelmente já estava de olho na movimentação externa enquanto me esperava.

— Vó, que saudade! — Abracei-a com força sendo prontamente retribuída.

— Querida, podia ter vindo me ver também ou me deixado ir te ver.

— Não dava, vó. Como te falei, fiquei mais mal do que imaginava e fiquei com medo de ser contagioso e passar para a senhora. Eu me preocupo com você, vó.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now