Capítulo 44

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Assim que limusine alcançou seu destino final, a equipe de segurança estava dispensada. Permaneci no carro até que este estacionou de volta ao pátio da sede da empresa de segurança. Após trocar de roupa e remover a maquiagem, despedi-me respeitosamente da equipe.

— Ótimo trabalho hoje pessoal! Agradeço a todos pelo serviço!

— Senhorita, estamos sempre ao seu dispor. É sempre bom trabalhar com você! — Sorri para o senhor Vasquez e troquei um último aperto de mão.

Essa empresa de segurança em si tinha algo que eu considerava especial. Além de duas saídas oficiais, uma pela frente e outra nos fundos, também haviam outras duas saídas secretas. Uma pelo porão que seguia num túnel que levava a duas ruas dali e outra na parede que dava para dentro de uma lavandeira no terreno vizinho. Muitas foram as vezes que viera aqui e já estava acostumada a sair furtivamente sempre escolhendo a lavanderia.

Dali, me misturei a multidão de pessoas, a maioria saindo do trabalho para voltar para casa. Caminhei por entre as ruas até que cheguei de frente a um dos lugares que eu mais gostava de comer. Só de lembrar o sabor da comida daqui minha barriga começou a roncar. Antes de entrar no estabelecimento, resolvi pegar meu celular para verificar as horas e foi então que vi que tinha quatro chamadas perdidas do herdeiro estúpido. Coincidentemente uma nova chamada dele começou a tocar bem na hora.

— Alô. — De início eu não pretendia atender, mas o coração de Lisa estava ansioso demais. Se eu não atendesse, eu não teria uma refeição calma depois.

— Por que não atendeu antes? — Pelo tom de voz dele, parecia nervoso.

— Foi mal! Esqueci que um certo alguém tinha colocado o meu celular no silencioso. — Essas meras palavras provocaram alguns segundos de paz e silêncio na linha.

— Onde você está? Quer que eu te busque?

— Você não tinha coisas para fazer? Por que se dar ao trabalho?

— Terminei meus assuntos todos pela manhã. Não eram questões difíceis.

— Entendi. No meu caso, terminei meu trabalho a pouco tempo. Estou com muita fome e então caminhei até um restaurante que gosto. Estava prestes a entrar quando você ligou.

— Me passe o endereço. Vou comer com você!

— William, estou com fome. Por que eu te esperaria? É mais rápido se você comer por aí.

— Por que eu vou pagar. Pelo menos me deixe te levar para jantar uma vez. Você mesmo disse que preciso consertar as coisas, certo?

As palavras dele me pegaram de surpresa. Pela primeira vez, a parte de mim que o queria por perto venceu a parte que o queria longe.

— Tudo bem! Vou te mandar a localização por mensagem.

Encostei-me contra a parede de fora e observei o vai e vem das pessoas enquanto eu esperava. O sol já havia se posto completamente e a escuridão tomava conta das ruas, que estavam cada vez menos movimentadas.

— Fiquei na dúvida se ia mesmo me esperar. — A voz de William soou ao meu lado. Estava calma e seu olhar estava estranhamente gentil. — Estacionei o carro na rua de trás.

— Ok. — Eu não consegui responder mais que isso. Meu coração se agitara instantaneamente, e acabei entrando no estabelecimento primeiro no intuito de cortar contato visual e esconder o meu nervosismo.

— Eliza, que surpresa! — A garçonete que passava por mim parou para me cumprimentar. Ela era relativamente baixa, magra, de pele escura e cabelos pretos cacheados que iam pouco abaixo dos ombros. Tinha por volta dos quarenta e, embora não fossemos oficialmente amigas, ela me conhecia muito bem já que era sempre ela que me atendia. — Fazia tempo que não vinha aqui. O lugar de sempre?

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now