Capítulo 38

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Quando dei por mim novamente, estava andando a um tempo sem rumo pelas ruas, como se não lembrasse o caminho para casa. Logo o amontoado de casas desapareceu completamente e me vi entrando em um campo aberto, andando em direção ao som da água correndo.

A ardência do tapa se intensificava a cada passo, o sentimento de solidão inundou completamente a minha alma. Parei na beira de um córrego e agachei-me pegando um pouco de água gelada e jogando no meu rosto. Lágrimas escorriam pelos meus olhos enquanto eu encarava o meu próprio reflexo na água. Embora não tão nítido, dava para ver o local onde William me atingira ficando escuro. Como eu esconderia esse hematoma da minha avó?

— Você está bem? — Virei-me em direção a voz. Liam estava parado de pé a poucos metros de mim com os braços cruzados.

— O que faz aqui? Como me encontrou? — Perguntei intrigada. De todas as pessoas, não esperava que fosse ele a vir atrás de mim.

— Prometi para a Annie que ia te encontrar e te levar de volta para a festa dela.

— Liam, desculpe, eu não estou em condições de voltar.

— Eliza, ela está muito preocupada com você. Acredito que ela não terá mais ânimo para festejar se você não estiver com ela.

— E como eu me sinto não importa? Na hora que o William me mandou ir embora ninguém disse nada, e enquanto eu esperava que alguém dissesse que eu podia ficar, ninguém se pronunciou.

— Sinto muito pelo que aconteceu! Annie e Maxsuel já expulsaram a Lorraine da festa. Vai ficar tudo bem agora.

Não consegui responder a isso. Senti-me afundar no local incapaz de reagir enquanto as lágrimas desabavam mais uma vez. Liam se aproximou alguns passos e se agachou ao meu lado colocando a mão em meu ombro como se quisesse me consolar. Após me encarar por alguns segundos colocou-se de pé pegando o celular.

— O que está fazendo?

— Eu, Jonathan e o Nicolas nos dividimos para procurar você. Preciso avisar a eles que te encontrei. Não saia daqui!

Vi Liam dando as costas e se afastando, talvez em busca de sinal. Eu não pretendia sair daqui de qualquer forma porque simplesmente não tinha forças para fazê-lo. Não sei quanto tempo passou desde que Liam me deixara sozinha, quando Nicolas se aproximou e se sentou ao meu lado.

— Que bom que te encontrei. — A voz dele soou gentil ao meu ouvido. — Eliza, eu sabia que você jamais faria aquilo, mas não tive coragem de dizer nada. Não cabia a mim julgar algo que não vi. Me desculpe por isso!

Permaneci em silêncio enquanto as lembranças do ocorrido invadiam minha mente. Fiquei esperando que ele me dissesse para voltar para festa como Liam fez, mas invés disso, apenas ficou ao meu lado me fazendo companhia, o que foi muito bom.

— O que está fazendo? — Ele deslizava o dedo gentilmente pela minha bochecha, acariciando-a.

— Liam tinha razão. Como poderíamos te pedir para voltar para a festa com o seu rosto machucado assim? Não acredito que aquele idiota ousou a bater em você na frente de todos. Prometo que isso não vai ficar assim!

— Esquece isso, por favor. Não quero que se prejudique por minha causa.

— Penso que...

— Não pense! Esquece esse assunto, por favor! — Pedi-lhe, deixando minha cabeça tombar sobre o ombro dele. — De qualquer forma, obrigada pela preocupação!

— Você quer fazer alguma coisa? — Disse-me pausadamente após alguns minutos de silêncio.

Fiz que não com a cabeça. A tristeza aos poucos foi sendo substituído por sono, enquanto eu observava as águas correndo.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now