P2 - Capítulo 9

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Uma voz sussurrava meu nome constantemente no meio do caos sonoro. Era uma voz doce, gentil e, ao mesmo tempo, sedutora. A forma como me chamava me fazia querer segui-la, mas ela insistia em se manter no escuro.

— Eliza! Eliza! — Continuou me chamando.

— Onde? Onde você está? — Gritei com todas as minhas forças. Meus sentidos sempre foram bem aguçados, mas isso fugia completamente das minhas capacidades. Não parecia ter uma direção certa, mas também não parecia vir de mim como quando falo com Lisa.

— Eliza! — Chamou novamente, mas desta vez foi diferente. Ela estava cantarolando meu nome.

— A música... — Ordenei o som e concentrei-me. Os diferentes sons ao meu redor começaram a se alinhar enquanto eu as ordenava e harmonizava. Tudo começou a fazer sentido quando aquela voz tornou a me chamar. Era a minha própria voz! Assim que a reconheci, vi a mim mesma na minha frente. Estiquei minha mão em direção a ela e minha própria imagem fez o mesmo. Diferente de mim, ela tinha um sorriso iluminado.

— Eu sou você! Me encontre! — Disse meu reflexo para mim. Assim que nossos dedos se tocaram, uma forte luz tomou conta de tudo.

— Quente! — Sussurrei. Tudo na minha cabeça estava muito confuso quando abri meus olhos.

— Finalmente! — Era a voz de Lohan. Sua respiração estava pesada enquanto ele me apertava contra ele. — Minha pequena, o que aconteceu?

— Companheiro, eu estou sufocando. — Falei-lhe tentando sair de seu aperto. Imediatamente ele afrouxou os braços. Enquanto eu puxava o ar para dentro, olhei o ambiente em volta. Estávamos no quarto dele e eu estava presa no meio de um casulo de cobertores. Me esgueirei para fora dos cobertores e enxuguei o suor do meu rosto.

— Você estava gelada, por isso te cobri. — Explicou-se ele. Será que ele precisava mesmo me envolver com tantos cobertores?

— O que aconteceu? E a reunião?

— Você não lembra? — Perguntou-me em um tom sério. Isso me fez puxar da memória os últimos acontecimentos. Um aperto grande tomou conta de mim enquanto eu olhava para o meu companheiro e me lembrava que foi a minha família a responsável por dar cabo no pai dele.

— Eu sinto muito! — Senti as lágrimas escapando e baixei a cabeça. — Sinto muito pelo que aconteceu com o seu pai!

— Você não tem culpa. — Disse ele ternamente colocando a mão sobre o meu queixo e elevando o meu rosto para que eu pudesse olhá-lo nos olhos. — Não foi a sua família que o matou, foi o Devorador. O que seus ancestrais fizeram foi libertá-lo para que ele pudesse partir em paz. Sou grato a eles por isso!

As palavras dele me acalmaram um pouco. Ele tinha razão, o lobo sombrio era só um zumbi controlado pelo Devorador. O pai dele já havia partido antes disso. Mesmo sabendo disso, eu não conseguia não ficar triste.

— Lohan, porque o seu pai atravessou na barreira? Ele não sabia que morreria se fizesse isso?

— Ele sabia, mas pensou que pudesse ter uma chance. — A voz de Lohan se tornou séria e sombria. Ele apertou mais os braços a minha volta e eu sentia a dor emanando dele. Uma ferida ainda não cicatrizada...

— De quê? — Tudo que eu queria era compreendê-lo. Não podia mais fechar meus olhos se quisesse ajudá-lo de agora em diante.

— De acabar com o Devorador. — Era como se o ambiente tivesse esfriado alguns graus enquanto eu compreendia aonde ele queria chegar. Se o projeto dos portais fracassasse, só havia mais uma forma de se acabar com o Devorador.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now