P2 - Capítulo 55

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Visão de Eliza. Nona lua cheia.

Sabe o ditado que diz que boca fechada não entra mosca? Por pior que as coisas pareçam, sempre pode piorar! Aqui estava eu, nona lua cheia, novamente no Trígono depois de ter prometido a mim mesma que não voltaria a esse lugar, e tudo porque me prontifiquei com Willow a ajudá-la a encontrar as conexões de Molly.

Depois da invasão ao palácio de Willow, descobriu-se que Molly contatou alguém no Trígono que a incitou a me atacar. Sondando a mente das bruxas que ajudaram Molly, descobriu-se que eram subordinadas dessa pessoa e que, provavelmente, estavam relacionadas com a ordem das bruxas maléficas.

Willow tinha certeza de que essa pessoa estava de olho em mim e que voltaria até aqui, e como a trouxa aqui já tinha prometido ajudá-la, tive que vir mesmo com o meu corpo ardendo em chamas, em uma agonia praticamente insuportável. Eu não tinha ideia de como encontraria forças para subir no palco. Tudo o que eu precisava fazer era cantar e Willow e algumas de minhas irmãs mais velhas cuidariam do resto.

"Eu consigo!" — Repeti a mim mesma esvaziando minha quinta garrafa de chá do dia. Essa coisa parecia não estar surtindo efeito algum, mas Willow me garantiu que se eu não tomasse, ia ser muito pior. Eu realmente não conseguia imaginar nada pior do que o que eu já estava sentindo.

Eu estava ofegante quando subi no palco. Não sei por qual razão Eidon me deu o horário nobre novamente. A tendência deveria ser trocar os artistas para trazer novidades ao público, não os repetir. Deixando Lisa transbordar, vesti uma máscara para esconder minha agonia e dei o melhor de mim. Diferente das outras vezes, não consegui me concentrar em cantar e estudar o espírito do público com meus poderes ao mesmo tempo. Ou era um ou outro, então preferi dedicar todo o meu esforço na apresentação. Sem trapaças, mostraria a eles uma verdadeira apresentação, cujo meu talento como afinação, presença de público e carisma eram minhas principais armas.

"Eu realmente consegui!" — Estava impressionada comigo mesmo por ter conseguido levar a apresentação até o final sem vacilar. Me curvei para o público, sorri e acenei a eles antes de sair, ao som vibrante do meu nome de bruxa sendo aclamado por parte da plateia.

Em algum dado momento cogitei virar professora, mas parece que nasci mesmo é para ser cantora. Lisa ria por dentro, orgulhosa de quem erámos e compartilhei da mesma alegria enquanto cambaleava em direção a saída. Eu estava suando muito, meu corpo trêmulo como se estivesse febril. Apesar disso, eu não sentia frio, ao contrário, o calor era infernal. Senti como se estive assando em brasas quentes.

Já vai fugir de novo? Dessa vez não! — Fui interceptada no caminho por um homem alto, magro de pele extremamente branca, rosto ovalado, olhos escuros e avermelhados, cabelo preto curto e liso e caninos extremamente pontudos. Suas vestes carmesins tinham um emblema, e não tive dúvidas de que se tratava de um lorde vampiro, uma posição entre os vampiros equivalente a um alfa para os lobos.

Sinto muito, mas não estou dando autógrafos hoje! — Comentei com um sorriso de escárnio. A forma com que ele me olhava bem como o desejo exalado em sua energia me dizia que ele me queria de janta, só que de forma alguma eu daria o gostinho do meu sangue a ele.

Posso ver claramente que você precisa de alguém. Prometo ser gentil! — Disse-me confiadamente bloqueando o meu caminho enquanto eu tentava passar por ele.

Não estou interessada! — Falei secamente. Eu não me interessava em manter uma fachada de bruxa simpática. — Estou de saída! Vai abrir passagem ou terei que abrir à força?

Quer mesmo brigar contra mim? — Perguntou ele com um sorriso maligno. Ele estalou os dedos e fui rodeada por outros quatro vampiros. Brigar contra um até que ia, mas do jeito que eu estava mal, não sei se conseguiria nocautear todos eles. Recuei um passo e olhei em volta só para perceber que eu estava sozinha.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now