- Mãe Eugênia?! - Disse Maria Vitória entusiasmada, levantando-se, correndo para abraçar a Eugênia.
- Então se lembra de mim?
- Como eu poderia esquecer? Quem eu seria se esquecesse?
- Estaria no seu direito.
- Não diga isso.Maria Vitória a abraçou com força.
- Quando chegou?
- Ontem a noite... Viria atrás de você assim que cheguei, porém estava tarde.
- E... E a senhora, como está? - Perguntou ela derramando lágrimas.
- Estou melhor, talvez... Não tenho certeza, vai depender do que conversarmos.Dandára levantou-se da cama, ficando de pé.
- Dandára?
- Olá, Eugênia!
- Olha só... Estou surpresa, na verdade não deveria, afinal, fui para São Paulo deixando as duas MUITO próximas, e com razão.
- Sempre estive ao lado da minha filha.
- Eu também, Dandára... Eu também. Só que do meu jeito.- Por favor, peço a vocês duas, não briguem, não discutam.
- Não se preocupe, meu amor. Não haverá discussões, não é mesmo, Eugênia?
- Não tenho o que discutir com você. E outra coisa, peço licença, quero que se retire, preciso conversar com Maria Vitória sozinha.
- Eu não irei impedir.
- E nem teria como.
- Sei que minha filha jamais poderá ser influenciada.
- E o que você acha que farei?- Nada! Não fará nada... Parem com isso! - Disse Maria Vitória.
- Vou até a sua avó, ela deve estar precisando de ajuda. - Disse Dandára.
- Está bem, já já descemos.
- Espero.Dandára saiu pela porta, enquanto Eugênia revirava os olhos, e pegava nas mãos de Maria.
- Por Deus, que mãos são essas, Maria Vitória?
- O que tem?
- Estão calejadas, grossas, e... Ah, desculpe, eu sei que estava na Senzala.
- O Barão me mandou para lá, mas de certa forma quis ficar, eu quis sentir um pouco do que minha família, e amigos sentiam.
- E você gostou de viver lá?
- É claro que não.
- Era de se esperar... Conte-me tudo, com detalhes, aquele homem a machucou?
- Me bateu, e me castigou através dos capatazes. Certa vez, Rosário e eu passamos a noite debaixo de uma chuva tremenda, amarradas no tronco. Rosário tentou falar com a Tia Maristela o que estava acontecendo, e foi pega. Eu tentei impedir o castigo, e me levaram junto.
- Meu Deus! Meu Deus, eu... Eu não sabia disso, eu... Me sinto tão culpada minha filha.
- Não diga isso, não tens culpa.
- Tenho sim, eu fui embora, embora e deixei você sozinha com aquele velho miserável! Deixei você sozinha com aquele homem pavoroso, um diabo! Eu não podia ter feito isso, desculpe-me, perdoe-me!
- Não, não fale assim, não tens culpa de nada. Fez o que tinha que fazer... Ir embora daquela casa que tanto lhe fazia mal.
- Eu estava perturbada, perdida, achei que minha vida tivesse acabado, que eu não teria mais motivos para tentar uma felicidade, ou o que fosse. Pensei que ir embora fosse a melhor opção. Assim eu deixaria você livre para ficar com a sua mãe... E também deixaria Leôncio, além de ficar longe do Barão.
- A senhora fez bem, além disso, eu insisti que meu pai fosse atrás da senhora... Eu quis isso. Fiquei preocupada de verdade!
- E eu te agradeço tanto, minha filha, tanto, que nem imagina. Seu pai e eu estamos próximos, muito próximos. Estou feliz... Contei a verdade para os meus pais, e... No início foi difícil, mas consegui o perdão deles.
- Então eles já sabem? O que será agora?
- Eles ainda te consideram muito, não se preocupe. Estão ansiosos para vê-la outra vez, e mandaram Abraços!
- Eu fico feliz!
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...