No dia seguinte, Maria Vitória acordou cedo, pois sentiu sede. Levantou-se para pegar água, e desceu as escadas devagar, encontrando Fausto na cozinha.
- Já está acordada?
- Eu que te pergunto isso. Já acordado?
- Na verdade eu perdi o sono, e vim tomar um copo d'água.
- Vim fazer o mesmo, vim tomar água... Tive um pesadelo horrível.
- Deixa eu adivinhar... Com sua família, a fazenda, os capatazes... Acertei?
- Acertou sim. Sou um tanto medrosa, e fico preocupada, isso influencia os meus sonhos.
- Já falei, não deve se preocupar... Tudo é muito difícil, eu sei. Mas pensamentos positivos são bem vindos no momento, Maria Vitória.
- Tens toda razão... Bom, vou pegar a água e voltar a dormir, ainda nem amanheceu.
- Exatamente! Vá dormir, e não se preocupe.
- É... Meu Deus, eu não acredito que isto está acontecendo...
- O quê? Do que estás falando?Maria Vitória cobriu o rosto com as mãos.
- Não acredito que tive coragem de aparecer para você assim, descabelada, a cara toda amassada.
- Ah, Maria Vitória, o que é isso? Deixa-me dizer, você está linda! Muito linda mesmo!
- Não! Não olhe para mim, por favor!
- Maria Vitória, mocinha, não vai começar agora, não é? Veja só, o sol nem nasceu ainda.
- Bom, senhor Fausto, então me dê licença, voltarei para o quarto.
- Vá, mais tarde nos vemos!Maria sorriu, e seguiu novamente para o quarto.
Fausto também iria, porém, ouviu barulhos na rua e foi até a janela saber do que se tratava.
- Aqueles ali... Me parecem ser capatazes da Fazenda do Barão?! Eu não acredito, será que desconfiam?
Um dos capatazes passou a cavalo, e depois voltou. Como se estivesse vigiando algo.
- Aquele Barão não brinca mesmo... Bom, não direi nada para Maria Vitória, serei capaz que colocar medo nela, isso não é bom.
Uma mão tocou o ombro de Fausto, fazendo ele levar um susto.
- Calma, filho...
- Dona Cila? Ah... É a senhora.
- Quem mais seria? Minha neta?
- Ah não... Ela já deve ter voltado a dormir... Aliás, o que a senhora faz acordada?
- Eu que te pergunto isso, o que faz acordado aí na janela? Eu vivi na escravidão, a essa hora já estava de pé lá na senzala.
- Então, dona Cila, a senhora pode voltar a dormir, pode descansar... Pode ficar quietinha, aqui a senhora não precisa madrugar.
- Ah não, filho, estou bem. Vou organizar as coisas, e se quiser, faço algo para o café da manhã, já já o sol nasce.
- A senhora não está com sono?
- Que nada, estou bem!
- Bom, então farei companhia a senhora.
- Ah, não... Vá dormir, tu és acostumado a descansar, e...
- Nada disso, estou com uma super disposição.
- Então vamos para a cozinha, vou preparar algo para todos comerem ao acordar.
- Vamos, sim!
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...