Capítulo 24

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                  Dandára e Maria Vitória estavam adormecidas. Tanto, que nem ao menos perceberam quando anoiteceu. Alguém chegou devagar acordando Dandára.



         - Dandára... Ei, Dandára...


                  Dandára espantou-se, e disse sussurrando:



         - Edmundo?! O que faz aqui?
         - Eu estou a sua procura. Não vejo você já tem tempo. Não estava na Senzala, mas felizmente te encontrei aqui... Afinal, também estava chovendo, e muito forte! Isso me deixou ainda mais preocupado.
        - Ai meu Deus, eu acabei dormindo... Não vi o tempo passar.
        - E essa em seu colo? Quem é?
        - Se eu te contar, você não vai acreditar.
        - Por acaso essa é a neta do Barão?
        - Sim, Edmundo. Essa é a Maria Vitória.
        - Maria Vitória? Então é a filha do Leôncio.
        - Sim.
        - O que faz aqui com a filha daquele homem? Já esqueceu que ele...
        - Ei, não diga nada. Despois conversamos...
        - Está bem, mas de qualquer forma você deve voltar, e ela também.
        - Você tem razão.



                     Dandára começou a balançar Maria Vitória.


        - Ei, meu anjo. Acorda, já está escuro.
        - An? O quê?



                  Dandára sorriu.




        - Está na hora de acordar, você tem que voltar para a sua casa.
        - Nossa... Acabei dormindo muito.
        - Eu também. Lenvante-se, e vá para casa.
        - Você vai ficar bem?
        - Vou. Esse é o Edmundo, muito meu amigo.



        - Por favor, cuida bem dela, Edmundo.   - Sorriu.
       - Pode deixar, Sinhá!




                 Maria Vitória abraçou Dandára, e lhe beijou o rosto.



         - Até logo, Dandára.
         - Até logo, Maria Vitória. Fique bem, está bem?
         - Sim, pode deixar.
         - E muito obrigada de novo.
         - Eu que te agradeço.





                  Maria Vitória saiu correndo para o casarão, e Dandára também saiu do estábulo, ao lado de Edmundo.














                  Eugênia percebeu a chegada de Maria Vitória, e logo apressou-se em encontrá-la.



         - Graças a Deus, Maria Vitória! Aonde você estava?
         - Fica calma, eu estou bem.
         - Não me peça calma, eu estava aqui cheia de preocupação.
         - Bom... Eu... Estava passeando...
         - isso?
         - Sim. Há muito que ainda não conheço aqui na fazenda. Então começou a chover, e eu fiquei dentro do estábulo, esperando a chuva passar.
         - Filha... Nossa, eu pensei no pior, sabia?
         - Me desculpe, mãe. Não quis te deixar preocupada.
        - Está tudo bem, passou.




Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora