Capítulo 93 - Parte 1

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A passeata pela liberdade - Parte 1











                         A tarde no Rio de Janeiro seria diferente. As pessoas veriam artistas e passeantes lado a lado, com a criatividade realizada, e um projeto a ser cumprido.





                    Berenice arrumava-se ansiosa, e tentava encontrar um colar que caísse bem com o vestido azul que escolheu.





         - Filha... Conseguiu encontrar algum colar?
         - Creio que terei que ir sem nenhum, nada fica bom! O que é uma pena, pois queria ir mais arrumada no dia de hoje.
         - E vai! Toma.
         - O que é isso?
         - Abre a caixinha, minha filha!
         - Mamãe... Mas esse é o seu colar de pérolas, quase não o usa.
         - Usei em datas preciosas para mim. Era da minha mãe, e agora é seu. Use sempre que achar especial, e fica lindo com qualquer vestido.
         - É maravilhoso, mamãe... Muito obrigada!   - Berenice abraçou Maristela.   - Mamãe, eu preciso conversar rapidinho com a senhora.
         - O que foi?
         - Não pense que vou lhe dizer só pelo colar, já passou da hora de lhe contar.
         - Estou curiosa, Berenice!
         - É que... Por favor, não se sinta traída, não fique chateada, eu escondi apenas pelas coisas ruins que vinham acontecendo...
         - O que você me escondeu, Berenice?
         - É sobre o Lúcio, é que... Nós dois estamos nos relacionando além de uma amizade, estamos juntos. Mas eu juro que esconder isso foi idéia minha, ele sempre quis contar de uma vez, eu que o impedia.
         - Meu Deus, eu ouvi isso mesmo?
         - Me desculpa, eu deveria ter contado, pedido permissão, não pensei direito.
         - Por quanto tempo achou que esconderia isso, Berenice?
         - Eu não sei, mas estou arrependida, lhe juro!
         - Desde quando estão juntos?
         - No dia do jardim, ele não havia acabado de chegar, ele chegou muito tempo antes, e se declarou para mim.
         - Ah sim? Pois eu já sabia.
         - Como? Não é possível.
         - Não disse nada, esperei você me dizer. Nesse dia lá no jardim, o doutor tinha as mangas da camisa levantadas, ainda tinha terra nas mãos, obviamente não saiu do consultório daquele jeito.
         - Ah, mamãe...
         - Desconfiei, e você não sabe mentir, nem disfarçar. Sempre suspirando, saindo mais vezes, recebendo flores cartões... Seu pai e eu esperamos essa conversa durante todo esse tempo.
         - Está chateada?
         - Bem pouquinho. Estás feliz?
         - Muito! O Lúcio é maravilhoso, e acho que alguém certo para mim.
         - Então traga ele aqui, vamos resolver melhor isso, sim?
         - Se soubesse como me sinto aliviada! Agora minha felicidade está completa.
         - Também estou aliviada que finalmente se abriu comigo.
         - Agora entendo algumas indiretas que ouvi todo esse tempo.   - Risos.
         - Agora vamos, minha filha, ou perderemos o início!
         - Maria Vitória vai nos esperar, com certeza!
         - Mas aposto que ela não quer perder um minuto! Ah, estou tão orgulhosa de vocês, essa ação será lembrada no futuro.
         - E mal posso esperar para começar! Me ajuda a colocar o colar?
         - Vem aqui... Pronto, está linda! Agora vamos, seu pai nos espera na sala.





                   As duas chegaram na sala apressadas, mas foram surpreendidas.





         - Querida... Eu já ia chamá-la, tens visita.




Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now