Capítulo 104

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                       Eugênia foi até a fazenda de Lázaro para uma visita. A mesma tomava um chá com Branca na sala, enquanto aguardava Virgínia se arrumar no quarto.





         - Esse chá está ótimo, Branca, eu agradeço!
         - Fico feliz que tenha gostado, e que também tenha vindo nos visitar. Que dia longo todos tiveram ontem, sim?
         - Longo e cansativo, mas creio que valeu muito a pena.
         - Você estava presente quando ele retornou ao presídio?
         - Eu? De jeito nenhum! Não iria me contaminar vendo aquele homem.
         - Eu preferi ficar em casa, o Lázaro foi com a Virgínia, e ela ficou na casa de Ana Laura.
         - Por falar na Virgínia, como ela está? Minha mãe disse que ela foi me ver, mas com tantos acontecimentos e coisas na minha cabeça não pude procurá-la antes.
         - Ah, sim... Ela foi te ver, mas disse que encontrou somente a condessa, quando terminar de se vestir vai recebê-la no quarto. Enquanto isso... Diga-me, conte-me mais sobre ontem.
         - Lázaro não lhe disse nada?
         - Meu marido anda em um estresse terrível, Eugênia. Ontem dormiu tarde, revirou papéis, ficou no escritório. Ainda está dormindo de tão cansado que ficou.
         - Imagino que por ser o mais velho surge uma pressão maior, sim?
         - É isso, e eu sei que ele tem que cuidar das coisas do pai, da fazenda, tudo... Mas aí ele se esquece da nossa casa, fica mais rígido, escuta menos, quer saber mais.
         - Verá que logo ele estará tranquilo, e voltarão a ter harmonia na casa.
         - Mas não conte isso pra ninguém, viu? Eu só comentei por... Por não ter outra pessoa para contar sobre isso. Virgínia parece não se importar, e Ana Laura já tem a própria vida.
         - Isso não sairá daqui, eu prometo! Sei como a falta de harmonia é ruim no casamento.
         - Horrível! Lázaro estava tão bom... Até comigo, agora com tudo isso de volta, afeta todos nós.
         - É o que sempre digo e repito: Com o Barão condenado, todos teremos paz outra vez, se é que já a conhecemos.






                   A empregada avisou que Virgínia já estava pronta e arrumada para receber Eugênia.





         - Vai Eugênia, pode entrar, ela disse que Virgínia já está te esperando.
         - Não prefere ir comigo? Podemos conversar as três!
         - De jeito nenhum! Virgínia gosta de conversar com você... E também vou preparar a mesa do jeito que o Lázaro gosta, logo ele acorda. Vai, fica à vontade!
         - Depois continuamos então, com licença, Branca!   - Eugênia saiu em direção ao quarto de Virgínia.





                    A mulher bateu na porta do quarto e ouviu a voz animada de Virgínia a convidando para entrar.




         - Tia, que bom receber a senhora!
         - Vim para uma visita rápida, minha querida.   - Trocaram abraços.
         - Desculpa a demora, eu estava dormindo, e não poderia recebê-la mal vestida.
         - Ah, você sempre está belíssima! Sinto muito se eu não estava em casa no dia em que foi me visitar.
         - Sem problemas! A culpa foi minha, pois não a avisei que iria.
         - A minha mãe não me contou sobre o que conversaram, mas o que você queria falar comigo?
         - Tia, sente-se!
         - Hum... Obrigada!   - Risos.
         - Tia Eugênia, vou contar algo para a senhora, mas é um segredo, sim? Somente meu pai e minha mãe sabem da família.
         - Pois estou muito curiosa para saber do se trata.
         - Tia, eu vou me casar!
         - Como disse, Virgínia?
         - Estou noiva, finalmente eu vou me casar!
         - Virgínia... Estou... É... Parabéns! Eu estou surpresa, na verdade muito surpresa, não esperava tal novidade. E quem é o felizardo?
         - O Henrique, tia. Estou noiva do Henrique.
         - Jura? Virgínia... Que grande surpresa!
         - Mas por enquanto ninguém sabe, veja, ele me deu esse anel, mas eu não o uso em público.
         - É muito bonito. Bom... Henrique me procurou, disse que você o rejeitou.
         - Sim, mas logo mudei de idéia, graças aos bons conselhos da condessa, vossa mãe.
         - A minha mãe lhe deu bons conselhos?
         - Fui para conversar com a senhora, como não estava, falei muito com ela.
         - Entendi, minha querida. E você, está feliz com isso?
         - Eu? Ah... Claro! Tenho certeza que melhor marido não terei.
         - Henrique me disse coisas bonitas, espero que sejam felizes!
         - Vamos falar e pensar no casamento somente depois do julgamento. Mas quero algo grande, luxuoso, tão bonito quanto foi o de Ana Laura, ou melhor.
         - Mas o que há para somente a minha pessoa, de fora, saber?
         - Quero ver todos espantados, e também quero evitar perguntas. Nem mesmo a minha irmã vai saber até lá.
         - Se é da sua vontade... Que seja feita! Quero muito que seja feliz, Virgínia. Que possa amar e ser amada, e que ele seja o marido que você sempre desejou.
         - Obrigada, tia! Estou bastante animada, creio que possa ser sim como eu sempre quis.
         - Ah, e pode começar a planejar o vestido! As flores da igreja, da festa, cada canto da decoração.
         - Estou ansiosa para ver logo os mínimos detalhes, tia. Me ajuda, sim?
         - Claro! Eu ajudo com gosto. E a sua mãe também, ela já preparou o de Ana Laura, será a vez do seu.
         - É... Vamos ver. Mas conte-me tia, alguma novidade desde ontem?















Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now