Dias depois...
Eugênia observava os homens colocarem os móveis em sua casa. Os orientava nos lugares que queria tudo, e sorria ao ver tudo organizado.
- Olha só, a sala está linda!
- Você gostou filha?
- Adorei! Os móveis ficaram prontos bem rápidos.
- Com o bom dinheiro que paguei em tudo isso, o mínimo que puderam fazer! - Risos.
- E as outras coisas?
- Pedi ao Lázaro que mandasse aquelas caixas que separamos com meus presentes de casamento, e alguns retratos nossos também.
- Retratos?
- Sim, do meu casamento, do seu pai, de você uma criança antes de ir morar com os seus avós.
- Ah sim, me lembro. Falando nisso, notícias de São Paulo?
- Não... Não me responderam nenhuma carta, já estou preocupada.
- Não fique assim, tenho certeza que logo mandarão notícias.
- Assim espero! O que acha de dar uma olhada no seu quarto?
- Agora?
- Tem algo de melhor para fazer?
- A passeata que venho planejando nos últimos dias. Tenho uma reunião na casa de Ana Laura.
- Mas para quê essa bobagem de passeata? Vai causar apenas confusão.
- A senhora poderia me apoiar ao menos uma vez na vida, não acha?
- Nessas bobagens não! Se dependesse de mim, você não continuava com isso.
- Eu vou dar uma olhada no meu quarto, e vou sair, com licença!
- Espera!
- O que foi?
- Vou olhar o quarto junto com você... Estive ansiosa para isso.Eugênia levou Maria Vitória até o quarto de cima, o qual lhe pertencia.
- E então, o que achou?
- Muito lindo! Que bom que deixou uma pequena cama ao lado da janela.
- Eu sei o quanto você gosta.
- É um quarto muito lindo... Muito obrigada!
- Muito mais bonito do que o quarto do casarão, não é?
- Eu concordo, muito mais! Estou feliz, ou ao menos quase.
- Teremos uma vida nova, e veja, eu vi que o Henrique se mudou nessa manhã para a casa dele ali do lado.
- Eu vi quando ele levou as roupas da pensão. Aliás, quando vamos trazer as nossas?
- Essa noite mesmo, vamos dormir aqui!
- Jura?
- Sim... Bom... Ou acha melhor pegarmos amanhã?
- Hoje a noite, e já acertamos tudo na pensão.
- Tens total razão, hoje mesmo terminamos de nos mudar!
- Maravilha! Bom... Agora eu tenho que ir, até mais tarde.
- Quem estará nessa reunião?
- Ana Laura, Berenice, Rosário, Iracema, e eu.
- E a Virgínia?
- Disse que não vai participar.
- Eu a entendo, isso não é nada parecido com ela. Pode ir!Lúcio chegou a prisão e chegou a cela de Leopoldo acompanhado por um guarda.
- Me chamaram para examinar o barão Leopoldo.
- Claro, pode entrar.
- Obrigado!Leopoldo estava deitado, mas sentou-se devagar quando viu o médico chegar.
- Boa tarde, barão, eu sou o doutor Lúcio, e fui chamado para consultá-lo.
- Eu disse... - Tossiu. - Eu disse que não queria médico.
- Parece séria essa tosse. Como se sente agora?
- Um fracassado! - Respirou fundo. - Estou abandonado, por tudo e por todos... Até a justiça está contra mim.
- Eu preciso consultá-lo, saber que tosse é essa, o que lhe está afetando.
- Não é so a tosse, tem outras coisas.
- É mesmo? O quê por exemplo?
- É... Algumas vezes ao tossir, a tosse vem com sangue.
- Sangue?
- Sim, tenho dores nos peitos... Esse últimos dias eu tive febre.
- A quanto tempo está assim, barão?
- Já tem um bom tempo. Odeio médicos, consultas... Por mim nem teria vindo.
- Ao que me parece, o senhor emagreceu muito, não foi?
- Também, com essa comida horrível, é impossível!
- Vamos fazer alguns procedimentos, eu preciso ter certeza do que está havendo.
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...