Capítulo 75 - Parte 1

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                 O dia amanheceu nublado, e meio frio. Garoava um pouco, e era possível escutar barulhos das rodas das carruagens andando pela cidade.



              Maria Vitória acordou, ao lado dela estavam Rosário e Bento. Os três dormiram juntos, como uma forma de proteção, e acolhimento.



                      A garota levantou-se, e caminhou até a janela, sentindo um pouco de frio, e se aquecendo entre os seus próprios braços. Ela observou a cidade, e sorriu ao ver algumas crianças com seus pais, entre carinhos e abraços.



         - amanheceu? Nem me dei conta!
         - O dia está nublado, acordei ao ouvir os barulhos.



                Rosário se levantou.


         - Minha nossa, como está frio! Bom... Com as roupas que estou usando não sinto muito, mas... É, não posso reclamar.
         - Está garoando, possa ser que chova forte!
         - O que é bom para quem tem uma casa quente e aconchegante.
         - Falando assim, penso logo na minha mãe. O que pode estar acontecendo, Rosário? Como ela pode estar?
         - Não espere que esteja na boa. Isso nunca! Fico imaginando os castigos que todos devem estar recebendo.
         - Não me lembre disso, fico aflita.
         - É a realidade.
         - Penso que a falta de sossego ainda caminhará muito ao nosso lado.
         - Nãodúvidas!



   Maria Vitória olhou para Bento.



         - Queria ser como esse ser, tão pequeno, inocente, e puro para entender a maldade do homem.
         - Bento viveu muito, está conhecendo a infância apenas agora. Imagina, viu a morte da mãe, e consegue ter alma tão limpa.
         - Será um grande homem quando crescer, não duvido! Agora... Vou descer, não sei, tentar preparar algo. Você vem?
         - Vou esperar um pouco para ver Bento acordar, ou ele pode se assustar quando não nos ver aqui.
         - Tens razão, Rosário. É preciso ter cuidado.



   Maria Vitória retirou-se.
 














                  Ana Laura estava de pé, e andava inquieta pelo quarto com um envelope em mãos. Olhava pela janela, e voltava para a penteadeira.



         - Ana Laura, filha, está acordada?  - Lázaro bateu na porta.
         - Bom dia, meu pai! Estou pronta, e com minha carta em mãos.
         - Para quê isso?
         - Quero entregar pessoalmente para que entreguem a Celso.
         - Ana Laura, tens certeza de que deseja contar para Celso nesse momento sobre a gravidez?
         - Eu preciso enviar isso para o meu marido, papai.
         - Eu sei, minha filha, sei... Mas está tão cedo, espere mais uns dias.
         - Não, papai! Estou decidida, eu quero ir pessoalmente, e nessa carta eu quero contar ao Celso que teremos um filho. Isso com certeza o dará mais forças de querer sair o quanto antes de lá.
         - Está bem, mas então deixe que eu vou até , sim? Claro, você deve ficar de repouso absoluto! Não foi isso que o médico lhe disse?
         - Sim, mas é um exage...
         - Então fique aqui, e eu mesmo levarei a carta para ele.
         - Pai, por favor...
         - disse, Ana Laura. Tenho certeza que seu marido não ficará satisfeito em te ver por , ou se ficar sabendo que você esteve.
         - Não é justo!
         - A vida é injusta, Ana Laura, e não podemos fazer nada para mudar isso! Todas as palavras que quer dizer estão nessa carta, e tenho certeza que seu marido irá senti-las.



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now