Escrava Sinhá [Concluída]

Capitulo 5

                      Eugênia estava sentada em uma cadeira ao lado do berço que preparou para Maria Vitória, estava com a menina no colo. Dandára chegou, bateu na porta e entrou junto com sua mãe, e Leôncio.

               Eugênia levantou a voz.

         - Mas não era para vim somente a Dandára?
         - A mãe de Dandára é quem cuidará da menina enquanto for pequena.  - Respondeu Leôncio.
         - Ah sim, para ela influenciar a menina, e colocar idéias na cabeça dela, não é?

         - Não se preocupe senhora, cuidarei bem da menina é não direi uma palavra a ela.  - Interferiu Cila.
         - Nem a ela, e nem a mim se não a perguntar nada, escrava!  - Disse Eugênia em tom de arrogância.

                    Leôncio olhou para Eugênia com espanto, ela já não era a moça que conheceu quando se casou.

         - Bom, vamos acabar logo com o choro de Maria Vitória.  - Disse Eugênia olhando para Dandára.
         - Maria Vitória?  - Disse Dandára com os olhos brilhando para a pequena.

         - Sim, esse é o nome que escolhemos para ela: Maria Vitória.  - Respondeu Leôncio.

         - Como eu disse, vamos acabar com o choro dela, está na hora de alimentá-la para que ela possa dormir em paz!
         - Sim, senhora.
         - Sente-se aí, Dandára!

                    Dandára sentou -se.

         - Dê de mamar a menina, e volte amanhã.

                           Eugênia entregou Maria Vitória para Dandára. Os olhos de Dandára brilhavam, e ela se segurou para não chorar. Assim que terminou de amamentar, colocou a menina no berço, e saiu, mas sua mãe ficou.

         - A Sinhá não se preocupe, eu tomarei conta da menina se ela acordar à noite.  - Disse Cila.
         - Ótimo, estarei em meus aposentos com o meu marido, cuide bem dela!
         - Com toda certeza, senhora!

              Eugênia escreveu cartas comunicando aos familiares o nascimento de Maria Vitória, mas escreveu mentiras, pois ninguém poderia saber que a menina não era sua. Nas cartas, ela dizia:

" - Meus queridos (a)

É por meio dessa carta, que eu, Eugênia, e o meu amado marido, Leôncio, anunciamos o nascimento da nossa primogênita Maria Vitória, mais uma herdeira para a família. Imagino que será um susto ao receberem esta carta, pois jamais iriam imaginar que eu estivesse grávida, pois durante todo esse tempo escondi a gestação de todos da família, pois eu estava sensível, e para que não houvesse maus olhados, resolvi guardar de todos essa bênção que meu marido e eu recebemos. A menina nasceu prematura, mas todos passamos bem, e esperamos a visita de vocês!
Daqui uma semana será o batizado, venham, a presença de vocês será de pura alegria!
Nos perdoem por ter escondido a gestação, mas foi necessário.
Aguardamos noticias!