A notícia do barão foi um novo golpe para a família Álvares Real. A morte de Leopoldo já era esperada, mas não esperavam que ele mesmo iria até ela. Apesar do ódio e rancor que sentiam, desejaram em seus corações em passagem de luz, que ele recebesse a oportunidade de ser um espírito bom. Mas isso foi desejado por apenas alguns.
Dia e noite passavam rápido, e a vida e cada um continuou como deveria. Projetos caminharam, planos foram feitos, vestido de noiva encomendado, uma vida gerada crescendo a cada dia, mas havia algo diferente... A família Álvares Real, pela primeira vez, parecia que estava em paz.
Dois meses depois...
Lázaro e Maristela estavam diante do túmulo de Leopoldo. Após rezarem, saíram em silêncio do cemitério, até Maristela dizer o que sentia naquele momento.
- Dois meses da morte do nosso pai, e ainda não superei o fim terrível que teve.
- Eu também não. Jamais imaginei que tivesse coragem de tirar a própria vida. Pode isso?
- Morreu e não se redimiu com nenhum de nós. Foi o temido barão Leopoldo até o fim, mesmo diante de uma doença horrível.
- Mas morreu sozinho. No enterro só compareceram você, Branca, Peixoto, e eu. Do que adiantou tudo que fez? Morreu sem o amor e carinho das netas.
- Mas ainda rezo todos os dias para que em seu coração tenha acontecido o perdão, e que Deus o tenha perdoado.
- De fato! Eu rezo pela mesma coisa. Diga-me, para onde vais neste momento?
- Para a fazenda. Maria Vitória avisou que estaria ocupada, parece que vai vestir o vestido de noiva. Não quero deixar o nosso irmão sozinho auxiliando a todos.
- Ótimo! Então vamos os dois. A senzala está quase pronta, prestes a ser transformada em dormitórios e locais de lazer e descanso.
- Tá lindo de se ver! Ajude-me, sim? - Disse ela indicando que queria ajuda para subir na carruagem.
- Pronto, minha irmã! Vamos seguir, como sempre.Ana Laura foi acompanhada por Hilde até o jardim de casa, onde se sentou em um dos bancos acariciando a sua barriga, tomando um sol, com um leve sorriso, esperando apenas o momento em que seu bebê viria ao mundo.
- Precisa de alguma coisa, senhora?
- Não, Hilde, obrigada! Aqui já está bom.
- Eita, dona Ana Laura... Falta muito pouco! Logo a senhora ganhará o seu bebê.
- É verdade, Hilde... A qualquer momento meu bebê vai nascer, e a cada dia que passa a minha ansiedade só aumenta. Mal posso esperar para ver esse rostinho!
- E saber se é menino ou menina, né? Ai, eu tento ter uma opinião, mas não consigo!
- Ah Hilde, melhor assim, aí será uma grande surpresa! - Sorriu.
- O senhor Celso está tão feliz, mas também muito preocupado. Quando tem que sair, insiste para que eu não a deixe sozinha.
- Celso algumas vezes exagera, Hilde. E sempre estou recebendo visitas, quase nunca estou só.
- Ah, isso é verdade! O nascimento do bebê é esperado com ânsia por toda a família.
- Amém! Isso mostra que já é muito amado.
- Ou amada! - Risos.
- Hoje o Celso vai demorar um pouco... Parece que prometeu mais tarde ir comprar o terno de Fausto com o mesmo.
- O terno do casamento?
- Exatamente! Finalmente a união definitiva de Fausto e Maria Vitória está cada vez mais próxima.
- Será um casamento lindo! Dá para ver que os dois se amam muito.
- Com certeza, Hilde! Com muita certeza.
YOU ARE READING
Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...