Capítulo 118

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                  A notícia do barão foi um novo golpe para a família Álvares Real. A morte de Leopoldo já era esperada, mas não esperavam que ele mesmo iria até ela. Apesar do ódio e rancor que sentiam, desejaram em seus corações em passagem de luz, que ele recebesse a oportunidade de ser um espírito bom. Mas isso foi desejado por apenas alguns.





                 Dia e noite passavam rápido, e a vida e cada um continuou como deveria. Projetos caminharam, planos foram feitos, vestido de noiva encomendado, uma vida gerada crescendo a cada dia, mas havia algo diferente... A família Álvares Real, pela primeira vez, parecia que estava em paz.












                Dois meses depois...











                 Lázaro e Maristela estavam diante do túmulo de Leopoldo. Após rezarem, saíram em silêncio do cemitério, até Maristela dizer o que sentia naquele momento.




         - Dois meses da morte do nosso pai, e ainda não superei o fim terrível que teve.
         - Eu também não. Jamais imaginei que tivesse coragem de tirar a própria vida. Pode isso?
         - Morreu e não se redimiu com nenhum de nós. Foi o temido barão Leopoldo até o fim, mesmo diante de uma doença horrível.
         - Mas morreu sozinho. No enterro só compareceram você, Branca, Peixoto, e eu. Do que adiantou tudo que fez? Morreu sem o amor e carinho das netas.
         - Mas ainda rezo todos os dias para que em seu coração tenha acontecido o perdão, e que Deus o tenha perdoado.
         - De fato! Eu rezo pela mesma coisa. Diga-me, para onde vais neste momento?
         - Para a fazenda. Maria Vitória avisou que estaria ocupada, parece que vai vestir o vestido de noiva. Não quero deixar o nosso irmão sozinho auxiliando a todos.
         - Ótimo! Então vamos os dois. A senzala está quase pronta, prestes a ser transformada em dormitórios e locais de lazer e descanso.
         - Tá lindo de se ver! Ajude-me, sim?   - Disse ela indicando que queria ajuda para subir na carruagem.
         - Pronto, minha irmã! Vamos seguir, como sempre.
















                  Ana Laura foi acompanhada por Hilde até o jardim de casa, onde se sentou em um dos bancos acariciando a sua barriga, tomando um sol, com um leve sorriso, esperando apenas o momento em que seu bebê viria ao mundo.



         - Precisa de alguma coisa, senhora?
         - Não, Hilde, obrigada! Aqui já está bom.
         - Eita, dona Ana Laura... Falta muito pouco! Logo a senhora ganhará o seu bebê.
         - É verdade, Hilde... A qualquer momento meu bebê vai nascer, e a cada dia que passa a minha ansiedade só aumenta. Mal posso esperar para ver esse rostinho!
         - E saber se é menino ou menina, né? Ai, eu tento ter uma opinião, mas não consigo!
         - Ah Hilde, melhor assim, aí será uma grande surpresa!   - Sorriu.
         - O senhor Celso está tão feliz, mas também muito preocupado. Quando tem que sair, insiste para que eu não a deixe sozinha.
         - Celso algumas vezes exagera, Hilde. E sempre estou recebendo visitas, quase nunca estou só.
         - Ah, isso é verdade! O nascimento do bebê é esperado com ânsia por toda a família.
         - Amém! Isso mostra que já é muito amado.
         - Ou amada!   - Risos.
         - Hoje o Celso vai demorar um pouco... Parece que prometeu mais tarde ir comprar o terno de Fausto com o mesmo.
         - O terno do casamento?
         - Exatamente! Finalmente a união definitiva de Fausto e Maria Vitória está cada vez mais próxima.
         - Será um casamento lindo! Dá para ver que os dois se amam muito.
         - Com certeza, Hilde! Com muita certeza.















Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now