Escrava Sinhá [Concluída]

Capítulo 113 - ESPECIAL - Parte 2

"Ayê yê yê, ayê yê yê
Ayê yê yê, ayê yê yê
Ayê, mamãe África, meu ilê

Ayê yê yê, ayê yê yê
Ayê yê yê, ayê yê yê
Brasil, mamãe África, meu ilê"

A abolição da escravatura

Parte 2

                      Seguindo em direção ao Paço Imperial, estavam Berenice, Fausto, Rosário com Bento, e Maria Vitória. Celso seguiu para avisar e buscar Ana Laura, enquanto os outros se espalharam pela multidão que estava posta, esperando a carta final, a assinatura da princesa.

         - Mas afinal, o que está acontecendo?   - Perguntou Fausto quando Lúcio se aproximou.
         - A lei realmente passou no senado, e a princesa Isabel já se encontra no Palácio aguardando.

         - Ai Rosário... Estou nervosa! Não sei como agir, e nem o que pensar.
         - Sinto o mesmo, Maria Vitória. Se essa lei não for assinada hoje sou capaz de invadir esse palácio, parlamento, ou o que mais for preciso.
         - Então vamos juntas!   - Sorriu.

                 Celso se aproximou deles, tomando cuidado com a esposa. A mesma mostrava-se emocionada, e abraçou as primas, tentando ainda entender o que estava acontecendo.

         - E então, a regente já assinou a lei?
         - Acho que a lei ainda nem chegou aqui.   - Maria estava agoniada.
         - Acalme-se, prima! Estamos perto... Muito perto! Veja, acho que são os senhores Senadores e Deputados...
         - E aí vem o senhor ministro.

               O ministro outra vez os cumprimentou, e aproximando-se lhes disse:

         - Sei o quanto estão curiosos. Estou entrando para assistir de perto um acontecimento histórico, que com certeza ficará na memória do país.
         - É chegada a hora? Isso vai mesmo acontecer?
         - Sim, Maria Vitória! É garantido que a princesa regente vai sancionar esta lei, ainda hoje!
         - Que assim seja! Estaremos aguardando ansiosos, todos nós.
         - Vou integrar a comissão dos senhores Senadores, e dos senhores Deputados. Com licença!

                 O ministro se afastou, e Maria Vitória o observou passar pelo portão, entrando para dentro, junto aos outros, e logo seu pensamento foi para Dandára.

                 Eugênia se aproximou Maristela ao vê-la de longe. As cunhadas se cumprimentaram, e logo Eugênia quis saber mais sobre a boataria que ouviu.

         - Não é boataria, Eugênia. A lei passou no senado, e acaba de chegar ao Paço Imperial.
         - E a minha filha, você a viu?
         - Maria Vitória está lá na frente, com o Fausto, Rosário, Berenice... Todos esperando o momento em que for dito que a escravidão no Brasil chegou ao fim.
         - Eu imaginei que ela estivesse naquele meio.
         - Ela assinou o documento, é oficialmente dona da fazenda.
         - Que bom! Eu fico feliz.
         - Não parece, Eugênia. Sente-se bem?
         - Sim... Eu só fiquei muito impressionada, não esperava. Eu também estava no cemitério, fui visitar o meu marido.
         - É sempre presente no túmulo do Leôncio, não é?
         - Prometi que sempre estaria com ele, e fui conversar. Bom, deixei a minha mãe sozinha, ela deve estar impressionada com todo esse barulho, vou vê-la, com licença!