Capítulo 86 - Parte 1

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                  Lázaro ainda dormia, e acordou com Branca terminando de prender o cabelo de frente a penteadeira. Ela olhou para o marido através do espelho, e o questionou.



            - Hoje acordou um pouquinho tarde, certo?   - Risos.   - Eu ainda pensei em chamá-lo, mas você dormia tão profundamente.
            - É... Eu tive uma boa noite de sono, como a muito tempo não tinha.
            - E posso saber o motivo?
            - Eu não sei, a noite foi mais refrescante do que as outras.
            - De fato!   - Ela virou-se.
            - Eu vou me arrumar para irmos até a casa de Maristela, eu preciso muito conversar com ela.
         - Está bem, eu vou ver se Virgínia já está acordada, ou se dormiu um pouco mais como você.
         - Certo! Vou me vestir. Vejo vocês na mesa de café da manhã.
















                    Maria Vitória estava pronta para sair, até que Eugênia bateu na porta do seu quarto.



         - Pode entrar.
         - Obrigada!   - Ela entrou.   - Aonde vai?
         - Visitar a minha mãe   - Ela deu uma pausa.   - A minha mãe Dandára, e a minha avó Cila.
         - Entendi... Será que será permitida a sua entrada?
         - Tenho certeza que sim!
         - Eu trouxe algo para você...
         - E o que é?
         - Seu anel    - Ela o entregou.   - Ele fica melhor em seu dedo, claro.
         - Obrigada!   - Ela o colocou no dedo novamente.   - Falando nisso, antes de ir até a fazenda eu irei ver o Fausto, a uns dois dias ele me disse que queria ir até lá.
         - Hum... Que bom!
         - Então... Estou saindo, com licença!
         - Espera aí, Maria Vitória...   - Ela segurou no braço da garota.   - Antes eu queria falar com você sobre ontem.
         - Esqueça, sim? É melhor não lembrar das brigas agora.
         - Eu concordo, mas eu quero pedir-lhe desculpas por algumas coisas que eu falei, além ďisso, queria pedir que você entendesse o meu lado.
         - Eu entendo sim... Mas só não entendo sempre envolver a minha mãe Dandára em discussões que nem são sobre ela, e ainda essa implicância toda para o lado de Fausto.
         - Coisas de mãe, apenas. Quando você tiver os seus filhos, saberá, aliás... Será algo muito mais intenso.
         - Espero entender algum dia, pois agora... Simplesmente eu não consigo.
         - Vá... É melhor ir. Virá para almoçar?
         - Talvez não, talvez eu volte só no jantar, eu gostaria de conversar com minhas primas, e fazer uma jornada só.
         - Espero que não seja presa dessa vez, minha querida, só dessa vez...
         - Até mais tarde!




                    Maria Vitória esbarrou com Henrique no corredor, quando estava perto de descer as escadas.



         - Bom dia, Maria Vitória!
         - Bom dia, Henrique!
         - Pelo visto estaremos sempre nos esbarrando, ou não?   - Risos.
         - Dessa vez por minha culpa, estava distraída, desculpe-me.
         - Não se desculpe, está tudo bem. Vejo que tu estás de saída, sim?
         - Exatamente! Vou visitar pessoas importantes em minha vida.
         - Que bom, é sempre muito bom estar perto de quem gostamos.
         - É verdade!   - Ela ajeitou o seu chapéu que estava torto.
         - É... Perdoe-me a indiscrição, Maria Vitória, mas é que eu reparei em suas mãos, e... Nunca percebi que usa um anel, tem algum valor em especial? Quero dizer... Seria esse um anel...
         - De compromisso? É sim.
         - Eu não sabia dessa informação, desde quando és comprometida?
         - Já vai fazer um ano, mas circunstâncias da vida me impediram de me casar o quanto antes.
         - Eu entendo, mas estou muito surpreso... Muito surpreso mesmo, eu não esperava.
         - Por que não esperava? Achas que eu não tenho pinta de moça comprometida?   - Ela brincou.
         - Jamais!   - Risos.   - Você não chegou a comentar sobre isso.
         - Foi por besteira, mas já passou.
         - Bom... Parabéns então, espero que esse rapaz seja muito bom com você, e possa lhe fazer muito feliz.
         - Obrigada! Ele é uma pessoa maravilhosa, um ser humano de bem.
         - Imagino... Mas eu confesso que estou um pouco desapontado.
         - Como assim?
         - Confesso que me encantei por tua pessoa, e tinha em mente conhecer-te melhor cada vez mais.
         - Eu fico sem jeito, e não imaginei tal coisa. Mas podemos ser amigos, se for da sua vontade.
         - Amigos? Claro que sim!
         - Que ótimo!   - Sorriu.   - Agora eu tenho que ir, nos vemos depois.
        - Até mais!
















Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora