Capítulo 7

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19 anos depois...




       2° Fase, 1887 - 1888






                  Na fazenda do Barão Leopoldo, todos se organizavam para o tão esperado retorno de Maria Vitória. A menina já estava com 19 anos, e após passar anos vivendo com os avós maternos, finalmente retornaria para a fazenda do seu avô, o Barão Leopoldo.




                    Eugênia estava muito ansiosa, e conversava com Leôncio.



         - Estou tão ansiosa para rever minha filha! Durante todo esse tempo viveu longe, e mesmo que fôssemos visitá-la algumas vezes, sempre senti saudades.

         - Eu também sempre senti saudades dela, mas agora isso vai mudar, teremos ela aqui pertinho de nós.
        - E a Dandára?
        - Eugênia, passaram-se anos, a Dandára não chegou perto da menina quando criança, imagina agora depois que ela cresceu...
         - Sim, acredito que não haverá problema.
         - Lógico que não!
         - Já estou imaginando nossa filha chegar, a alegria que será nessa casa!
         - Com certeza o ar aqui ficará bem melhor.
         - O trem está previsto para chegar amanhã de manhã, espero que tudo ocorra bem, ela irá amar o almoço que preparamos para ela, com toda a família reunida!




              Leopoldo apareceu na sala.



         - Eu espero que ela arrume um bom casamento.
         - A minha filha nem chegou e o Barão já pensa em mandar na vida da mesma?
         - Veja como fala comigo Eugênia, eu moro aqui, e aqui as decisões são minhas. E se eu quiser arrumar um bom casamento para ela, eu arrumo, tanto que já mandei vir um pretendente.




                  Eugênia olhou para Leopoldo furiosa.




         - Como? Já conseguiu um pretendente para a minha filha, e nem me disse nada?
         - Você não tem que opinar, já mandei que ele vinhesse amanhã. Ele é herdeiro de uma boa fortuna na cidade, tem uma vida luxuosa, é filho de coronel, e é mais velho que ela pouca coisa.
         - Que bom! Mas meu sogro, deveria ter me comunicado.
         - Já está feito! Aliás, venham comigo, nós vamos até o irmão mais velho do rapaz, que é responsável por ele.
         - Responsável? E o pai deles?
         - O Coronel já faleceu, quem sabe o irmão não seja bom partido para uma das outras meninas. Não demorem, já irei sair.
         - Não vamos demorar.





                    Leopoldo retirou-se. Eugênia questionou o marido.



         - Sabia disso?
         - Mais ou menos.
         - E como não me disse nada?
         - Eu... Esquece isso, é um bom rapaz, ótimo pretendente.
         - Então amanhã devo preparar melhor Maria Vitória, como será que ela irá reagir ao saber do pretendente?
         - Espero que reaja bem, ou ela irá causar a raiva do meu pai.
         - O seu pai nunca deu amor a Maria Vitória, nunca a considerou neta, e agora ele acha que tem direitos na vida dela?
         - Esse é o jeito do meu pai, mas sei que no fundo ele tem sentimentos por ela, como um avô tem por sua neta!
         - Já eu não acredito nisso...
         - Bobagem, Eugênia!
         - Ah, vamos esquecer isso, daqui a pouco teremos mesmo que sair.
         - É verdade...

Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora