Capítulo 37

181 27 10
                                    











                    No dia seguinte, Maria Vitória se levantou, arrumou-se, e correu para ir atrás de Rosário, que estava no casarão.



        - Olá, Rosário...
        - Oi, Maria Vitória, como está?
        - Eu que te pergunto, mas... Estou bem.
        - Não se preocupe, eu estou bem.
        - Eu sei que não está.
        - Não tem como estar. Ontem perdi um grande amigo.
        - Eu sei disso. Por isso vim até aqui...
        - Veio defender a sua prima?
        - Não vim para defender ninguém, vim apenas para conversar.
        - Desculpe, eu não posso.
        - Pode sim! Vem, vamos para o meu quarto...




                As duas subiram, e foram conversar no quarto de Maria Vitória.



        - Então... Sobre o que vamos conversar?
        - Sobre várias coisas, mas especificamente sobre ontem.
        - Eu sabia.
        - Então, Rosário... Eu sei o quanto está revoltada, chateada, e você tem toda razão para estar assim.
        - Realmente, Maria Vitória. Na verdade, eu nem sei o que estou sentindo, o único sentimento que sei distinguir, é o da saudade.




                   Rosário começou a chorar, e Maria Vitória enxugou suas lágrimas.




        - Ei, eu sei o que está sentindo... Se eu pudesse, juro que traria o Sebastião de volta.
        - O Tião era tão forte, corajoso, bonito, e...
        - Ei, não diz isso no passado. O Sebastião continua sendo tudo isso, a diferença é que infelizmente ele não está aqui, uma hora dessas já deve estar a caminho da fazenda nova.
        - Eu nunca mais o verei novamente... E nem pude dizer tudo que está aqui dentro.
        - Eu acho que sei do que está falando...
        - Não falei nada.
        - Você o amava, não é verdade?
        - Está tão na cara, assim?
        - Sim, está. Não tenha vergonha de falar isso, você não o amava, você o ama!
        - É... Mas... Acho que ele não sabia.
        - Como não sabia? Até eu havia percebido.
        - Mesmo? Como foi possível?
        - Nós não escondemos quando gostamos de alguém... E o seu olhar para ele, sempre dizia tudo.
        - Mas eu não era correspondida. O Tião me via como uma amiga, se continuasse aqui, sempre me veria dessa forma.
        - Sabe... Você não é a única apaixonada por ele.
        - Eu sei. Acredito que Berenice também, estou certa?
        - Está.
        - E eu acho que ela gostava dela, ela sim foi correspondida.
        - Sobre isso não sei opinar.
        - Claro... Eu sei que não.




Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now