Dandára segurava Cila que se sentia mal pela cena vista. Edmundo permanecia amarrado, e dizia baixinho para ele mesmo palavras de conforto, enquanto Sebastião conseguia ouvir a voz de Iracema falando com ele. Dores de cabeça vieram, mas ele se manteve firme.
Maria Vitória levantou as mãos tentando ficar o mais calma possível. Leopoldo a olhava com firmeza, parado, sem fazer movimentos, e isso a deixava ainda mais assustada, e com medo de se mexer.
- Por favor, abaixa isso... Não seja um covarde, sabes que não estou armada.
- O que faz em minha casa?
- Eu...
- E o que faz em meu quarto revirando minhas coisas? O que está procurando?
- Eu posso explicar... Eu pensei em como deve estar sofrendo, assim como eu, por tudo que aconteceu com o meu pai, então eu vim aqui... É... Sabe...
- Não insulte a minha inteligência, menina! Fale de uma vez, o que está procurando?
- Está bem... Eu falo... Mas antes abaixa essa arma, por favor.
- Não tenho motivos para fazer tal. Como vou saber se você não vai me atacar? Hã? Fala logo, não tenho todo tempo do mundo.
- Eu quero que saiba, que eu sei de tudo. Eu sei que o que fez com a minha avó, eu sei que meu pai esteve aqui antes de morrer...
- E como você sabe? - Ele se aproximou.
- Não importa... Se queres saber, vim atrás de provas, é isso mesmo. Eu queria encontrar as chaves do tal quartinho, por isso vim aqui.
- Sabe Maria Vitória, eu me pergunto... Será que você é muito corajosa, ou muito burra? Toda vida quis ser a valente da história, não é? Mas você é só mais uma mulher insuportável que como castigo eu tive na minha família.
- O que vais fazer?
- Ah... Eu não vou deixar que você tenha vindo até aqui atoa. Não se preocupe, netinha querida, eu vou mostrar tudo o que você procura.Leopoldo segurou Maria Vitória pelo cabelo.
- Vamos visitar o passado, mas não garanto que você terá como contar a história. Anda!
- Me solta!
- Não queres conhecer a história da vovó? Não queres conhecer o seu titio bastardo? Eu tenho certeza que disso você também já sabe.
- Para, estás me machucando... Para! - Gritou.
- Vem logo, menina! - A puxou.O garoto mesmo muito envergonhado e assustado reconheceu Cipriano, para a alegria e fúria de Eugênia. Ele confirmou que o homem o ordenou que levasse o bilhete para Eugênia em troca de outras coisas.
- Já sabemos que você enviou um garoto para que levasse a carta para a senhora Eugênia. O que tens a dizer sobre isso? - Perguntou o ministro.
- Aquele garotinho? Nunca o vi, nem mesmo sei do que estão falando.
- Acabou! Já chega! Ouça, se você não falar será preso, mas se falar, nós podemos analisar a sua situação, se houver cooperação. Nós sabemos que você está envolvido em tudo isso, Cipriano. Confirme!
- O que eu tenho a perder, não é, doutor? Eu já perdi uma perna.
- Como é?
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...