No casarão, Leopoldo recebia Cipriano, e outro capataz. Ambos pareciam apressados, e com assunto urgente.
- Mas o que está acontecendo?
- Senhor, recebemos uma notícia agora cedo, e se diz sobre aquele fazendeiro que esteve aqui. - Disse o capataz.
- E que notícia é essa?
- Eu explico - Falou Cipriano. - Aconteceu um acidente na estrada. A carruagem foi atacada por flechas, e os cavalos se desviaram, fazendo a carruagem se chocar com uma serra.
- Atacados por flechas? Como? Tem índios por aqui?
- Em terras mais longes, pelo jeito, sim.
- Mas que miséria, todo dia uma coisa nova!
- Pois é, senhor...
- E... E o fazendeiro, está bem?
- Parece que sim, mas a carroça com escravos estava junto com a carruagem, e com o choque, acabou se abrindo. Senhor, há escravos mortos.O Barão fez jeito de quem ia levantar.
- Escravos mortos?
- Sim...
- Então... O tal do Sebastião, se deu mal?
- Não sei ao certo, senhor. Mas tudo indica que sim. As vestes do Sebastião foram encontradas, mas o corpo dele não.
- Encontraram somente as vestes?
- Sim. O corpo dele não encontraram, somente as roupas que ele usava. Tudo indica que pode ter sido comido por algum animal, já que passaram horas desacordados, e ninguém viu.
- Ora, ora...O Barão começou a rir.
- Do que está rindo, senhor?
- De tudo...
- Tudo?
- Do escravo infeliz, que mal pôde experimentar um pouco da venda, assim como o fazendeiro também não pôde. Ainda bem, esse escravo está fora!
- Ele pode ter se salvo.
- Impossível! Teria ido com a roupa do corpo, não a tiraria, não seria inteligente para isso.
- Pode ser...
- E o fazendeiro, que nem desfrutou da compra que fez... Enquanto isso, estou aquí, com meu lucro. Agora podem ir, já me deram uma excelente notícia, anda, retirem-se!Os capatazes saíram, e o Barão ordenou que chamassem Maristela.
Eugênia acordou assustada, indisposta, e ouviu a porta bater.
- Maristela, é você?
- Não Eugênia, sou eu, Leôncio.
- O que faz aqui?
- Eu moro aqui, Eugênia. E esse quarto também é meu.Leôncio entrou no quarto, e se deparou com Eugênia deitada na cama.
- O que faz aqui, Leôncio? Deveria ter vergonha de olhar para mim.
- Vergonha? Não tenho motivos para isso.
- Cafajeste! Você me humilhou, Leôncio! Agora todos já sabem que eu nunca fui mãe!
- Eu fiz o que deveria ser feito, seria inevitável que Maria Vitória chegasse a descobrir a verdade, entenda!
- A culpa é da Dandára... Se ela não tivesse se aproximado da Maria Vitória, ou se você já tivesse se livrado dela, nada disso estaria acontecendo!
- Controle-se! Fique calma, por favor!
- É só o que sabem pedir nessa casa, calma! Isso é um absurdo!
- Eugênia... Você precisa entender que eu não podia mais esconder a verdade. Tudo estava contra nós!
- Você fez isso só por causa da Dandára... Me diz, não foi isso?
- Não. Eu fiz isso para que Maria Vitória não soubesse da verdade por outra pessoa, pois isso aconteceria.
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...