Maria Vitória estava no escritório, e ouviu quando alguém bateu na porta, e ela autorizou a entrada.
- Com licença, dona Maria Vitória, mas é que alguémlhe espera lá pelas entradas da fazenda. Disse que precisa vê-la. - Disse um dos trabalhadores, antigo capataz
- Alguém? Bom... Já vou indo. Está na entrada?
- Sim, deseja vê-la.
- Já estou indo, obrigada!Maria pensou que pudesse ser um antigo cativo que estava a sua procura. Saiu, encostou-se na árvore da entrada, e olhou para os lados, procurando a pessoa que lhe esperava.
- Maria Vitória...
Seu coração bateu mais forte, e ela respirou fundo por um tempo. Virou-se devagar para ter certeza de que a voz era de quem ela pensava ser, e não pôde acreditar quando confirmou.
- Fausto? - Ela tinha a voz trêmula.
- Mocinha... Eu...
- O que faz aqui? Pensei que já tivesse embarcado.
- Por favor, me escute, sim?
- Estou confusa. O que tens para me dizer?
- Eu estava no porto, me despedi do meu irmão, e olhei para o navio. Mas aí passou por mim tantas lembranças, e eu não tive coragem de embarcar.
- Não vai viajar?
- Não, eu não vou mais.
- O que aconteceu?
- Foi a pergunta que eu mais me fiz no caminho pra cá.
- Fausto, juro que estou tentando entender.
- Eu não poderia viajar sem o meu coração, Maria Vitória. Eu tinha as bagagens, a passagem, mas não tinha a pessoa que eu amo ali comigo. Talvez eu não mereça, mas eu preciso que você me perdoe, e seja minha esposa, como já deveria ser a muito tempo.
- Espere! Como pode aparecer assim, de repente? Não tens consideração pelos meus sentimentos, Fausto?
- Tudo que eu quero é que me entenda, e entenda o que aconteceu comigo. Esse tempo foi valioso, Maria Vitória... Descobri que quero sim ser feliz com você, e felizmente o meu orgulho permitiu-me vir até aqui.
- Estás se precipitando. Tiveste muita coragem, mas estou muito magoada com você.
- Eu sei... Estou disposto a reconquistar o seu amor, fazê-la lembrar de tudo que vivemos até aqui. Me perdoa, Maria Vitória!A garota saiu andando.
- Se eu fosse você procuraria outro navio.
- Impossível! Eu nem sei onde estava com a cabeça quando comprei aquela passagem. - Ele seguiu atrás.
- E agora quer me convencer de que nunca deixou de me amar?
- Tanto não deixei, que em minha bagagem levava na primeira parte a sua fotografia.
- Eu nem me lembrava mais dela. - Ela parou e tornou a virar para ele.
- Lembra sim, sempre lembrou. Sei que fui errado, um imbecil, um grande bobo!
- Não... Você fez o certo. Estava confuso, com vergonha de si próprio.
- Que bom que compreende.
- E agora você está aqui, não foi embora como disse.
- Estou aqui para reconquistá-la.
- Mas como me reconquistar se nunca deixei de amá-lo?
- Mocinha... Estás sendo sincera?
- Eu deveria estar muito brava, Fausto. Mas foi-se o tempo em que eu tinha raiva da sua pessoa... O rapaz convencido da estação entrou na minha vida, e não foi embora mesmo quando decidiu sair.
- Prometo nunca mais ir embora, mocinha. Quero viver todas as estações ao seu lado. Quero ser feliz com você, Maria Vitória!
CITEȘTI
Escrava Sinhá [Concluída]
IstoriceESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...