Capítulo 97

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                      Maria acordou tristonha, e correu para o pequeno jardim na frente da casa, sentando-se na calçada, com os olhos cheios de lágrimas. Os pés de alguém a fizeram levantar rapidamente a sua cabeça, e um sorriso bobo lhe surgiu.





         - Fausto?!
         - Me perguntei se era muito cedo para vim vê-la, mas pelo visto não é.
         - Que bom tê-lo aqui!   - Ela se levantou e o abraçou.
         - Ontem mesmo a Rosário me contou... Eu sinto muito, Maria Vitória! Imagino o quão difícil deve ser lidar com isso.
         - Agradeço por vim até aqui. Realmente não está sendo fácil. Por favor, entre!
         - Não, obrigado! Eu não ousaria entrar, mas dê os meus pêsames para a dona Eugênia e para a senhora condessa, sim?
         - Claro! Serão gratas, tenho certeza.
         - Eu não vim para demorar, apenas queria que soubesse que estarei aqui para o que precisar. Sorte encontrá-la na frente de casa!
         - Sou muito grata pela sua gentileza, Fausto. Agradeço de coração!
         - Bem... É... Eu a convidaria para um café, mas... Imagino que prefira ficar com a sua mãe e avó, não é?
         - Você teve um certo! Elas precisam de mim. De qualquer maneira, tua presença já me melhorou bastante.
         - Jura?
         - Sim... Digo... Um abraço amigo.
         - Entendi. Já comunicou o resto da família?
         - É verdade, preciso falar... Fausto, comunique a Celso e Ana Laura, sim? Os demais falaremos aos poucos.
        - Claro, farei o que pediu.
        - Obrigada!
        - Eu vou precisar ir agora... Ficará bem?
        - Como eu disse, estou bem melhor!
        - Perfeito!   - Ele a abraçou.   - Até logo, Maria!
        - Até logo, Fausto!












                     Maria sorriu, e tornou a entrar em casa. Ao fechar a porta levou um susto, ao ouvir sua avó adotiva, a condessa, lhe falar.





         - Deveria ter convidado o seu noivo para entrar.
         - Ai... Eu não vi que estava aí.
         - Vim ver o dia da janela, e lhe avistei conversando com o seu noivo.




         - Como? Fausto esteve aqui?   - Indagou Eugênia ao descer a escada.
         - Educadamente ele veio me trazer apoio, inclusive o deixei encarregado de informar Ana Laura. Os outros enviaremos cartas para a missa.
         - O rapaz já foi embora? Pensei que o convidaria...
         - Convidei, mas ele não ousaria entrar. De qualquer forma, ele deixou os pêsames.





         - Mas como o seu noivo não ousaria entrar? Nem estás sozinha.
         - Vó, o Fausto não é mais o meu noivo.
         - Como não é mais? Que horror! Maria Vitória, precisa de um novo pretendente já! Mas o que houve para dispensar o rapaz?
         - Tenho certeza que teremos tempo o suficiente para conversar sobre isso. Agora não é o momento.





         - Isso é verdade. Devemos nos preparar para a abertura do testamento. Eu ainda custo acreditar que estou falando isso...
         - Não vai chorar outra vez, minha filha. O seu pai não estará satisfeito com isso!
         - Hoje a tarde mesmo nós vamos na igreja, mamãe. Precisamos marcar a missa para o domingo.
         - Como você quiser, minha filha! Agora enxugue essas lágrimas, deve se conter, ficar firme, todas nós!
















Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora