Eugênia parou olhando Leôncio por um tempo.
- Então... O que me diz?
- Eu não vou voltar para São Paulo, Leôncio. Já estive lá, não tenho coragem de voltar.
- Seus pais...
- Não merecem conviver com minha cara cínica olhando para eles como se eu não tivesse mentido por 19 anos. Eu não vou voltar para a casa deles de novo!Leôncio fechou uma das mãos e bateu na madeira.
- Então o que você quer fazer? Me diz! Nós não temos nada Eugênia, nada! Eu te sustentava com o que recebia do meu pai... E agora, hã?
- Nós vamos dar um jeito.
- Dar um jeito? Eu não vou viver para sempre na fazenda do Lázaro. E claro, não vou trabalhar para alguém, o que dirão?
- Não precisa se exaltar tanto, meu amor. Eu sei que estamos vivendo de favor aqui, mas eu sei que vamos resolver...
- É mesmo? Me diz como, Eugênia?! Você gosta de viver no luxo, conforto, não é? Aliás, nós dois gostamos. A única solução que tenho é...
- O quê?
- Vou falar com meu pai. Ajudei e muito ele na fazenda, não há de me negar nada.
- Não! A ele não... Vamos pensar em outra coisa, sim?
- Em quê? Eugênia, estamos em uma situação crítica, entende?
- Eu sei disso, mas...
- Mas, mas o quê? Não tem outro caminho! Eu tenho parte na fazenda, eu mereço, e vou atrás. Bom, ao menos o suficiente para viver por enquanto eu consigo.
- Não direi mais nada, faça o que quiser.
- Vou agora mesmo para a fazenda.
- Não se esqueça que tudo está acontecendo por causa do seu pai.
- Mais um motivo para correr atrás do prejuízo.Leôncio deu as costas, e saiu, dizendo que voltaria para a fazenda.
Na casa de Ana Laura, as mulheres estavam no quarto, e enquanto compartilhavam a alegria da gravidez, também pensavam sobre o que fariam a respeito da prisão de Celso, Fausto, e Peixoto.
Lázaro deixou Virgínia com elas, e seguiu novamente para o gabinete, na esperança de conseguir algo.
- Eu acho que deveríamos ir para a fazenda, e lá vocês passariam essa história a limpo com o meu avô.
- Mas que idéia absurda, Virgínia! Como vamos até o seu avô, sabendo que não adiantará de nada?
- O que não vai adiantar é ficar aqui se lamentando, mamãe.- Sabe, a Virgínia em certa parte tem sua razão, Branca. Vamos ficar aqui se lamentando enquanto o meu pai inferniza a vida de todos?
- Mãe, será que aquele senhor da tribo, o indígena... Ele não pode nos dizer algo?
- Bem lembrado, Berenice. Aquele senhor foi um anjo nos últimos acontecimentos. Tenho certeza de que ele poderá nos ajudar!
![](https://img.wattpad.com/cover/201348583-288-k831901.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...