Capítulo 73 - Parte 4

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             Passou a tarde, e logo Eugênia estava na cidade com Virgínia. As duas passaram pelo centro, e seguiram para a casa de Ana Laura.


         - A senhora não vai entrar?
         - Não, minha querida, tenho que ir ver a Maria Vitória. Você pode entrar.
         - Está bem, dê lembranças a ela.
         - Agradeço! Tenho certeza que ela também!
         - Certo. Até logo, tia!
         - Até logo, Virgínia.



              A garota chamou no portão.



         - Senhorita Virgínia, que bom te ver!
         - Olá, Hilde. Minha irmã está em casa?
         - Está sim, entre, claro! A senhorita veio sozinha?
         - Com minha tia, mas ela foi visitar minha prima.
         - Entendi. Entre, senhorita, vou avisar a dona Ana Laura sobre sua chegada.
         - Claro!



                Hilde subiu para o quarto.


         - Com licença, senhora?!
         - Oi, Hilde, aconteceu alguma coisa?
         - Ah, não senhora. Quero dizer... Por enquanto não.
         - E então, o que foi?
         - A sua irmã, senhorita Virgínia, encontra-se na sala, e a espera.
         - A Virgínia? Ah, que maravilha! Eu vou descer.
         - Certo!
         - Ah, enquanto isso, por favor, sirva um refresco para ela, um bolo... Enfim, o que ela quiser.
         - Pode deixar, senhora.
         - Hilde...
         - Pois não?
         - E o Celso?
         - Está no escritório, senhora. Sabe, ele ficou conversando, brincando com a senhora... Mas ele parece bem preocupado, inquieto. Fui servir até um café e ele negou.
         - Meu marido não está nada bem com tudo isso. Eu vou vê-lo depois, Hilde, obrigada!
         - Estou aqui para isso, senhora. Com licença!



                  Virgínia estava sentada, quando Ana Laura apontou na escada prendendo metade do cabelo.


         - Olá, minha irmã, que visita boa!   - Disse ela, e começou a descer as escadas, porém sentiu uma tontura e parou.


         - Ana Laura, tu estás bem?
         - Eu... Estou sim.
         - Tens certeza?
         - Tenho Virgínia, eu me senti um pouco tonta, vou descer devagar.



              Virgínia se levantou correndo para a escada, e pegando na mão de Ana Laura, para ajudá-la a descer.


         - Estás doente?
         - Não, não... Foi apenas uma tontura, nada de mais. Eu não passei bem o dia todo, não me alimentei direito, com certeza foi isso.
         - Deveria comer melhor, vem comigo, vamos comer alguma coisa... A empregada me trouxe coisas que tenho a certeza que estão deliciosas.
         - Certo, eu vou comer com você.
         - Isso sente-se, e me diz, e essa história toda da Maria Vitória, hein? Nossa... Não pra acreditar que deu tudo errado.
         - Pois é, nós conseguimos tirar Maria Vitória de lá, mas no fim... Os negros voltaram para a fazenda do meu avô.
         - Que coisa horrível, e agora?
         - Agora vamos esperar para ver o que acontece. Mas e você, com quem veio?
         - Com a Tia Eugênia, ela foi visitar nossa priminha.
         - Mesmo? Nossa, eu gostaria de ir.
         - Ah, é melhor ir amanhã, está anoitecendo, sem contar que acho que tia Eugênia quer estar sozinha com ela.
         - Eu achei isso um tanto estranho, mas importante também.
         - O quê?
         - A Tia Eugênia e a Dandára criando certa convivência apesar de tudo, tudo isso por amor a Maria Vitória.
         - Eu acho que a Tia Eugênia merece, afinal, a mãe sempre foi ela.
         - Não fala assim, Virgínia. Nós conhecemos toda a história, não é justo dizer certas coisas.
         - Tá... entendi. Mas enfim, onde está o Celso.
         - Hum, está no escritório, não sei o que faz.
         - Ele sabe que você está se sentindo mal?
         - Sim, inclusive me ajudou muito. Eu estou bem, minha irmã, disse.
         - Sei...


Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora