Capítulo 3

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Tempos Depois...






                    Eugênia não conseguia engravidar de jeito nenhum, recorreu até mesmo a remédios naturais, e fez promessas para santos... A nove meses que estava com Leôncio e nada! Isso fez o Barão Leopoldo ficar furioso, pois sempre o perguntavam se Leôncio já tinha feito um filho, e ele não queria que pensassem que o filho era um incapaz. Eugênia já não via as amigas por vergonha de demonstrar que era seca, o seu sonho de ser mãe parecia cada vez mais distante.






                 Na senzala, Dandára estava prestes a dar a luz. Dona Cila e outras mulheres a ajudavam no parto, ela gritava e enfim nasceu sua filhinha, para a surpresa de todos ela nasceu branca.


              A notícia do nascimento de uma escrava branca logo se espalhou e chegou aos ouvidos do Barão, o que era muito esperado, já que nada se escondia dele.


         - Mas... Branca? Como é possível? Bom... Deve ser filha de algum Capataz da fazenda, não tem nenhuma outra explicação. De qualquer forma não é problema meu!




                 Cipriano o olhou sério, e em um tom de voz irônico respondeu:



         - Tem outra explicação senhor, só não sei se o Barão vai acreditar em minha palavra.

         - Pois então diga, Cipriano, qual sua explicação?
         - Essa menina que nasceu é sua neta.
         - O que disse? Estás louco!
         - Não senhor, o filho do Barão viveu um romance com uma escravinha antes de se casar com a dona Eugênia.
        - Não brinque com isso, Cipriano!
        - Não é brincadeira, eu não falei nada antes por medo do Barão não acreditar, mas eu poderia ter evitado que vinhesse essa criança. O seu Leôncio teve um caso com Dandára, filha da crioula Cila, barão...
        - Tem certeza disso?
        - Os dois sempre se viam as escondidas, patrão.
        - Então era ela, a paixão de Leôncio, por isso de cara ele não quis casar com Eugênia, como pôde me esconder isso, Cipriano?
        - O barão me perdoe, mas talvez o senhor Leôncio negaria tudo, e o Barão não acreditaria em mim.
        - Agora já não importa, já foi... Mas que diabos! Como Leôncio faz uma coisa dessas comigo?
        - E agora? Devo me livrar da mãe e da criança?
        - Não!
        - Então?
        - Eu sei bem o que fazer, mas antes me responde, você viu a menina?
        - Fui buscar uma crioula na senzala e vi sim, é branquinha que até parece ser filha de dois brancos.
        - Então eu sei o que vou fazer, chame o meu filho agora mesmo.
        - Pode deixar, senhor...
        - É Cipriano... Talvez eu esteja prestes a cometer mais um segredo na minha vida... Agora vá!











                      Dandára sorria e olhava para sua filha. Ela estava encantada, e cantava para a pequena a todo momento, sempre admirando seus olhos brilhantes.



         - Como você é linda meu amor, parece até uma princesa. Sabe filhinha, eu prometo pra você que nunca, nunca irão nos separar, irei te defender de todo mal desse mundo, eu prometo!  - Sorriu.  - Se o seu pai visse como você é linda, bebê... Pena que ele nos abandonou, mas não chora filhinha, a mamãe te ama, e vai te defender sempre como uma leoa, seremos sempre eu, você, e a vovó Cila.

Escrava Sinhá [Concluída]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum