Capítulo 60

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                        Leopoldo pediu para que Iracema (Selma) se sentasse.

         - Deseja algo para beber?
         - Não. Estou bem!
         - Tens certeza?
         - Sim.


            Leopoldo a olhou bem, e disse:


         - Me diz minha querida, quem és vosso marido?


  Iracema ficou calada.


         - Minha querida, não me ouviu?
         - Meu marido é coronel de São Paulo, e se chama... Januário. Ele é velho, e Selma toma conta da casa, dá as ordens.
         - Interessante, você fala de você mesma na terceira pessoa.
         - É... Sou assim.
         - E seu marido não veio?
         - Marido é velho, não sabe o que faz. Tenho que encontrar escrava para ajudar.
         - Então queres uma mulher escrava?
         - Sim. Pra cozinhar, fazer comida pra marido velho.
         - Entendi... Sabe Selma, devo dizer que estou encantado por vossa pessoa... Sua beleza é tão diferente.
         - O Barão está sendo gentil.
         - Não minha querida, não sou gentil com ninguém... Mas você me chamou a atenção. Seu marido é um homem de sorte.
 

                 Leopoldo passou a mão no cabelo de Iracema, que estava preso.

         - O Barão pode levar até escravas, por gentileza. Quero escolher logo.
         - Como quiser.


        O Barão fez sinal para o capataz.


         - Diz para Cipriano reunir todas as escravas lá fora. Esta bela mulher levará uma para ela.
         - Sim, senhor. O farei.

          Ele olhou Iracema mais, e disse:

         - Como soube?
         - De quê?
         - Como soube da minha fazenda.
         - O Barão é muito conhecido por todos, nada difícil.
         - É... Verdade.


               O capataz saiu, e o Barão sorriu para Iracema. Ele a olhava de maneira que a Índia se assustou, mas não teve medo.


             Todas as escravas foram reunidas, e todas sabiam que algo estava prestes a acontecer, não faziam idéia do que seria.



           Leopoldo chegou acompanhado de Iracema, e disse para ela:

         - Estão todas aí... A escolha é sua!
         - Obrigada!


           -"Pede para ter privacidade, para olhar as escravas melhor. Peça ao Barão com jeito, ele permitirá".


         - Barão...
         - Pois não, meu bem?
         - Privacidade. Quero privacidade para olhar cada uma das escravas, saber se são mulheres boas. Ira... Selma não pode errar, por isso precisa de concentração.



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now