Capítulo 17

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                      Maria Vitória foi conversar com o seu pai a respeito de Eugênia.



         - Acabei de falar com a minha mãe.
         - E então?
         - Está triste por sua causa, papai.
         - Por minha causa?
         - Sim. Me diz, quem é essa sua antiga paixão que ainda te atormenta?
         - Sua mãe te falou isso?
         - Sim, ela me falou. Me diz papai, mesmo depois de tantos anos ainda continua apaixonado pela outra?
         - Eugênia fez muito mal em te dizer essas coisas, isso não é assunto para ser tratado com você.
         - Não sou criança, estou crescida. Me diz, quem era essa mulher?
         - Ela já não mora mais aqui.
         - Era bonita?
         - Era... Muito linda.
         - Minha mãe me disse que meus olhos, lembram os olhos dela.
         - Mas como Eugênia pôde dizer isso?
         - Calma, não fique nervoso, eu também estranhei, mas ela está carente, por isso disse tal.
         - Eugênia está passando dos limites.
         - Não pai! Ela tem razão. Bom, eu não conheço bem a história de vocês, e nem sei quem era essa outra mulher, mas também não me interessa saber... Mas quero que o senhor trate minha mãe como uma verdadeira esposa.
         - Como assim?
         - Pai, eu vejo casais saindo por aí, indo passear, cavalgar, ou algo do tipo. Mas vocês dois são estranhos, eu não vejo carinho, ou demonstração de amor, assim, ainda vejo por parte da minha mãe, já da sua parte...
         - Aonde você quer chegar?
         - Quero que ame a minha mãe, talvez por isso às vezes vocês são frios, por falta de amor! Não deixem meu avô controlar a vida de vocês. Leve minha mãe para passear, se dê o prazer de conhecê-la, e de ser feliz.
         - Falar é fácil, filha... Nosso casamento não anda bem desde que...
         - Desde o quê, papai? Desde quando eu nasci?
         - Não meu amor, não diga isso...
         - Mas então? Sei que não se casaram por amor, mas não percebem que tenho medo de me casar, e de que seja um casamento infeliz como o de vocês?
         - Está bem, eu vou levar sua mãe para passear, mas isso só amanhã.
         - Obrigada, papai! Ela vai ficar muito feliz, de verdade!





                  Maria Vitória abraçou seu pai, passou pela cozinha e pegou uma maçã, logo após, subiu para o seu quarto.




                 Começou a conversar com ela mesma.



        "- Mas quem será essa tal mulher a qual meu pai foi apaixonado? Não é possível, deve ter sido alguém muito especial, mas espero que ele tenha esquecido. Meus pais e eu não temos o melhor dos relacionamentos, mas isso não significa que não os quero felizes...  Mas também, tenho outros assuntos para resolver, espero que eles fiquem bem. Ah, é verdade, tenho que escrever uma carta para Berenice, vou aproveitar e escrever também para Ana Laura. Hum... Será que eu devo escrever para, o meu... "Futuro marido"...? Não! Ele já é convencido, se eu escrever, ele se achará ainda mais, e também minha saudade é das minhas primas."





Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now