O capataz se aproximou da divisa da Fazenda, e falou com Peixoto, e Maristela.
- O Barão permitiu a entrada.
- É claro que permitiu, essa fazenda também é minha! Vamos, Peixoto.Maristela entrou, porém, sentia um pouco de aflição, pois da última vez que viu o pai, ele lhe disse coisas horríveis, das quais ela jamais esqueceria.
Na horta, Maria Vitória sentiu dores nas costas, mas foi repreendida por Cipriano.
- Não pare! Pense que quanto mais rápido fazer seu serviço, será melhor. - Disse ele.
Uma mulher percebeu que Maria Vitória não estava bem, e tentou conversar.
- Ela está pálida, vai acabar desmaiando! Deve comer algo, não suportará até a noite.
Cipriano segurou em seu queixo.
- Cale a boca! Eu dou as ordens, e a menina está bem. Maria Vitória, pare de frescura, e continue trabalhando, caso contrário, terei de tomar atitudes drásticas.
- Eu estou bem! - Respondeu ela.
- Claro que está, afinal, hoje você está fazendo o mais fácil. Continue!Maria Vitória abaixou-se, e quis chorar, mas se segurou.
Maristela entrou no casarão ao lado do marido, e cumprimentou o pai.
- Maristela, pensei que jamais voltaria aqui.
- Volto. Volto pois estou onde morou minha falecida mãe, sendo dela esta casa, hoje também é minha.O Barão riu.
- És esse o assunto sério que tinha para tratar comigo?
- Não senhor, é outro.
- E para isso trouxe o seu marido que não serve para nada.Peixoto iria responder, porém, Maristela o impediu.
- Meu marido veio comigo por ser da família, e deve estar comigo a todo momento.
- Ah, claro... Agora diz, o que quer?
- Quero saber onde está Maria Vitória.
- De novo isso?
- De novo? Primeira vez que venho aqui.
- Ana Laura esteve aqui a procura dela, com certeza foi inventar coisas!
- A Laura falou comigo, realmente. E com toda sinceridade, a história de que a menina foi embora, não me desceu até agora.
- E você acha que inventei? Ah, Maristela, eu tenho mais o que fazer! A menina foi com Leôncio para a casa dos pais de Eugênia, o que há de mal nisso?
- E desfez o casamento com Fausto?
- Ela foi embora! Foi para São Paulo, e nem sei onde.
- E a mãe dela? A Dandára?
- O que tem?
- Como a Maria Vitória pôde abandonar a mãe de sangue?
- Eu faria o mesmo que ela fez. Maria Vitória fez uma escolha sábia, e escolheu o pai, e a mãe que a criou.
- Não posso acreditar...
- Se quiser, revire toda a casa, não encontrará ela aqui. Foi embora, entenda!
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...