Capítulo 51

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                  O capataz se aproximou da divisa da Fazenda, e falou com Peixoto, e Maristela.



        - O Barão permitiu a entrada.
        - É claro que permitiu, essa fazenda também é minha! Vamos, Peixoto.



                 Maristela entrou, porém, sentia um pouco de aflição, pois da última vez que viu o pai, ele lhe disse coisas horríveis, das quais ela jamais esqueceria.




                 Na horta, Maria Vitória sentiu dores nas costas, mas foi repreendida por Cipriano.



        - Não pare! Pense que quanto mais rápido fazer seu serviço, será melhor.   - Disse ele.



                Uma mulher percebeu que Maria Vitória não estava bem, e tentou conversar.



      - Ela está pálida, vai acabar desmaiando! Deve comer algo, não suportará até a noite.


       Cipriano segurou em seu queixo.




        - Cale a boca! Eu dou as ordens, e a menina está bem. Maria Vitória, pare de frescura, e continue trabalhando, caso contrário, terei de tomar atitudes drásticas.
        - Eu estou bem!   - Respondeu ela.
        - Claro que está, afinal, hoje você está fazendo o mais fácil. Continue!



                       Maria Vitória abaixou-se, e quis chorar, mas se segurou.








                Maristela entrou no casarão ao lado do marido, e cumprimentou o pai.



        - Maristela, pensei que jamais voltaria aqui.
        - Volto. Volto pois estou onde morou minha falecida mãe, sendo dela esta casa, hoje também é minha.




              O Barão riu.




        - És esse o assunto sério que tinha para tratar comigo?
        - Não senhor, é outro.
        - E para isso trouxe o seu marido que não serve para nada.



                    Peixoto iria responder, porém, Maristela o impediu.



        - Meu marido veio comigo por ser da família, e deve estar comigo a todo momento.
        - Ah, claro... Agora diz, o que quer?
        - Quero saber onde está Maria Vitória.
        - De novo isso?
        - De novo? Primeira vez que venho aqui.
        - Ana Laura esteve aqui a procura dela, com certeza foi inventar coisas!
        - A Laura falou comigo, realmente. E com toda sinceridade, a história de que a menina foi embora, não me desceu até agora.
       - E você acha que inventei? Ah, Maristela, eu tenho mais o que fazer! A menina foi com Leôncio para a casa dos pais de Eugênia, o que de mal nisso?
        - E desfez o casamento com Fausto?
        - Ela foi embora! Foi para São Paulo, e nem sei onde.
        - E a mãe dela? A Dandára?
        - O que tem?
        - Como a Maria Vitória pôde abandonar a mãe de sangue?
        - Eu faria o mesmo que ela fez. Maria Vitória fez uma escolha sábia, e escolheu o pai, e a mãe que a criou.
        - Não posso acreditar...
        - Se quiser, revire toda a casa, não encontrará ela aqui. Foi embora, entenda!




Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now