Capítulo 75 - Parte 2

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Cipriano de início se assustou com o que disse o Barão, mas logo sorriu, concordando com o que o poderoso lhe pediu.



- Como que o senhor quer que eu faça?
- Um acidente.
- imagino como poderia ser.
- Você é um homem esperto, Cipriano, muito inteligente!
- Imagino cavalos descontrolados, a carruagem impossível de controlar... E enfim, um trágico acidente, quando passar com ela por cima da sua nora.
- Que tristeza! Que tragédia terrível! Mandarei flores para ela.
- Em seguida sumirei com a carruagem, e ninguém desconfiará de nada.
- Não se esqueça, pouco me importa se ela estiver acompanhada, se for preciso faça isso mesmo se ela estiver com alguém, contando que não seja com o meu filho Leôncio.
- Não se preocupe, senhor. Cuidarei de todo serviço, o Barão não vai se arrepender de pedir meus serviços.
- Você será muito bem recompensado!
- Eu sei! Isso levará alguns dias. Primeiro preciso tentar vigiar como é a rotina dela, aonde costuma ir, e a que horas, então prepararei tudo.
- Faça isso! Agora saia, e depois que fizer tudo certo, esse assunto morrerá aqui, entendido?
- Sim, senhor. Com sua licença!






Cipriano saiu, enquanto Leopoldo soltou um riso cínico, e maldoso.













Leôncio e Eugênia chegaram até a casa do coronel, e foram recebidos por Maria Vitória, que ansiosa disse que os aguardava.



- Como sabia que estávamos para vim?
- Digamos que senti.
- E você está sozinha, querida?
- Não, mãe, estou com Bento e Rosário, mas eles estão em cima.
- Bom, é quase estar sozinha, não é mesmo?


- Eugênia, não comece!
- O que fiz agora? Tudo que eu falo se torna errado, simples assim?


- Não briguem, por favor! Estou um pouco nervosa com tudo isso, mas queria explicações suas, meu pai.
- Sobre o quê, Maria Vitória?
- O que estava fazendo ontem, com bagagens na fazenda do Barão?



Leôncio se espantou.



- Como sabes que estive na fazenda, Maria Vitória?
- Alguém o viu saindo de lá, mas não importa quem foi. O que fazia lá? Não me diga que pretendem voltar para aquele lugar depois de tudo?



- Maria Vitória, até viver com os escravos deve ser mais agradável do que viver com aquele velho. Eu jamais voltaria para lá, e seu pai têm uma boa explicação.
- Pois diga-me, estou pronta para ouvir.



- Bom, minha filha, fui até a fazenda apenas para buscar alguns outros pertences meus e da sua mãe que restaram. Pensamos que não havia sobrado mais nada, mas tinham coisas.
- E ele permitiu mesmo que o senhor pegasse?
- Sim, permitiu. Inclusive, peguei vestidos seus, minha filha.
- Eu não os quero!
- Tens certeza?
- Tenho.
- Mas você ainda está usando vestidos que eram de suas primas.
- E que foram me dados de todo coração, papai. Os vestidos que estão na fazenda, foram todos feitos com tecidos comprados com o dinheiro do Barão, e dele eu não quero nada, absolutamente nada!



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now