Capítulo 102

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                       A condessa do Rio de Janeiro desceu para tomar um chá. O dia estava ensolarado e Maria Vitória já estava na mesa, terminando de comer uma torrada.




         - Bom dia, vó! Como dormiu?
         - Bem, obrigada! E Eugênia, onde está?
         - Ih, ela saiu agora pouco, mas não sei para qual destino.
         - Saiu sem dizer nada?
         - Só avisou que passará a manhã fora, e eu também vou!
         - Vai sair? Mas... E eu? Ficarei sozinha?
         - Bom, se quiser, fico com a senhora.
         - Não! É melhor que vá para o seu compromisso, não quero ser um peso.
         - De jeito nenhum! Ia visitar uma das minha primas, mas não há problema em ficar aqui.
         - Estou ordenando que vá! Faça o que tiver de fazer, sem a minha pessoa impedindo.
         - Ficará mesmo bem?
         - Óbvio! Se queres sair, vá sem medo.
         - Mas então eu acompanho a senhora no café da manhã!
         - Pensei que já tivesse terminado.
         - Terminei, mas lhe farei companhia.
         - Ótimo! Assim lhe contarei como eram os chás da tarde em minha casa na sua idade.
         - Ah, não se preocupe, já me contou muitos vezes quando morei com a senhora e o meu avô.
         - Você era pequena, cresceu e parece que esqueceu tudo. Eu vou contar do início, e se lembrará dos meus bons modos.
         - Ah... Claro!   - Ela revirou os olhos.   - Pode começar.













                   Berenice usava um vestido azul com branco, e um belo chapéu com flores. Estava sorridente, e chegou até os pais entre risos doces.




         - Vejo que alguém acordou bastante feliz. Vais sair, minha filha?
         - Sim, papai! Estou indo para o antigo armazém, Lúcio e eu daremos início ao projeto tão desejado.
         - Mas que ótimo, que alegria! Precisa de ajuda?
         - Não, nesse momento não. Vamos limpar, ver o que precisa ser feito, reformas e outras coisas para iniciarmos de vez nossos planos.
          - Estou muito orgulhoso de você, minha filha!
         



         - Aliás, nós estamos! Berenice é lindo ver a sua alegria e satisfação, minha filha.
         - Tenho até borboletas na barriga de tão feliz! Mas eu já vou, mamãe, Lúcio já deve estar me esperando.
         - Filha, não vai comer nada antes de sair? Se não, nem se aguentará em pé.
         - Uma maçã é suficiente! E posso comer algo na confeitaria, não se preocupe.
         - Que horas vai voltar?
         - Talvez eu fique o dia fora, mamãe. Ainda não sei.
         - Ai ai... Vai, pode ir. Depois vamos aparecer por lá.
         - Será muito bom!
         - Mantenha distância do Lúcio, ouviu? Não quero burburinhos por aí sobre o antigo armazém.
         - Mamãe?!
         - São as pessoas, Berenice... Algumas pessoas.




         - Deixe que ela vá realizar o que tanto quer. Vai filha, não deixe-o esperando, sim?
         - Não vou deixar. Eu amo vocês!   - Ela saiu apressada.




         - A felicidade dela é a nossa também, não é?
         - De fato, sim, Maristela!
         - Tão preciosa que é a Berenice, me acalma o coração saber que ela está em harmonia com a vida.
         - Logo todos nós estaremos assim, meu amor. Eu prometo!














Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now