Escrava Sinhá [Concluída]

Capítulo 58

                 Ana Laura estava acordada, ao lado de Celso, quando a empregada bateu na porta do quarto.

         - Sim?
         - Senhora, estão esperando lá em baixo.
         - Quem está esperando?
         - Sua tia Maristela, junto com o marido, a filha, e outras duas pessoas.
        - Ah... Está bem, já estou indo.

  Ana Laura olhou sério para Celso.

         - O que será que aconteceu?
         - Não sei, Laura, mas deve ser importante, com certeza.
         - Estou tão preocupada que não consigo me vestir direito.
         - Vamos logo.
         - Sim, vamos.

                 Os dois desceram juntos.

         - Celso? Meu Deus, você voltou?! Que maravilha!
         - Boa noite, Maristela. Voltei sim, já estava na hora (risos).
         - E uma ótima hora!

         - Aconteceu alguma coisa, tia?     - Perguntou Ana Laura.
         - Meu amor, desculpe chegar assim, a essa hora, mas é que... O assunto é extremamente importante.
         - Pode falar...

              Ana Laura olhou para Tião e Iracema.

         - Ai, me desculpem. Esse é o Tião, a paixãozinha da Berenice, se lembra?
        - MÃE!  - Disse Berenice, abaixando a cabeça em seguida.

           Ana Laura sorriu, e Tião olhou sem jeito, e confuso.

         - Ai me desculpem, estou nervosa! E essa aqui é a Selma.
         - Sou Iracema.
         - É... Iracema, é uma índia.

        - Uma índia? Uau.   - Disse Ana Laura.
        - É... Bom... Bem-vindos, sentem-se, por favor.  - Disse Celso.
        - Ah, eu ficarei em pé, estou tão nervosa.  - Disse Maristela.

        - Como quiser, Tia. Mas o que está acontecendo?
        - Encontramos Maria Vitória!
        - O quê? Encontraram? Tia... Isso é maravilhoso!
        - Não é não! Meu pai, seu avô, o Barão, está mantendo Maria Vitória presa na fazenda!
        - O que disse? Tia, tens certeza?
        - Eu nunca me engano, além de quê, um velho sábio indígena revelou isso.
         - Tia, por favor, explique-se.

               Maristela respirou fundo, e passou a palavra para Tião. Onde ele contou o que foi dito pelo velho, e os outros confirmaram tudo, pois na segunda vez estiveram presente.

                   Ana Laura não acreditou que o Pai tenha negado ajuda. Por mais difícil que fosse, devia ter acreditado nas evidências que pareciam. Ela estava chateada, mas acreditou em Maristela, assim, recebeu o apoio de Celso, seu marido.