Capítulo 103

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                    No gabinete do ministro, Lázaro, Maristela, Eugênia, e Maria Vitória estavam reunidos para ouvir o que ele tinha para dizer.




         - Eu quero saber da minha mãe! Ela está bem?
         - O Barão felizmente foi impedido por um dos cativos e dois capatazes.
         - Está louco! É um perigo para qualquer um que vive ali, senhor. Como souberam de tudo isso?
         - Um capataz avisou o seu tio Lázaro do surto, e hoje cedo o seu tio me avisou. É mais grave do que imaginei.
         - Tem que prendê-lo outra vez! Nem mesmo doente deixar de fazer ruindades?
         - Entendo a sua revolta, Maria Vitória. Mandei chamar a defesa do Barão para uma reunião, não terá outro jeito, terá que ser detido, mas com todos os cuidados e precauções de saúde.





         - É um absurdo! Esse homem poderia ter atacado a Dandára, e sabe-se lá mais o quê!
         - Dona Eugênia, acalme-se, sim? Não vamos ter reações que não ajudarão.
         - Por culpa desse homem estou viúva, passei anos de inferno e humilhações naquela casa! Como acha que vou agir diante dessa situação?
         - Entendo todos os sentimentos nessa sala, dona Eugênia, mas devemos agir seriamente, e garanto que ainda hoje será decidido.




                   Maristela olhou para Lázaro e de novo para o ministro.




         - Por mim está claro que o meu pai deve aguardar o julgamento preso como estava. Esses surtos podem se tornar um perigo para qualquer um! Além da doença terrível.
         - Dona Maristela, então a senhora é a favor de que o Barão seja detido outra vez?
         - É o certo a ser feito, senhor.





         - E o senhor Lázaro, o que pensa?
         - Eu penso que o melhor a ser feito é tirar o meu pai daquela casa.
         - Posso pedir uma consulta de um especialista?
         - Creio que não é necessário! Tudo já está mais claro do que pensamos, senhor.
         - A reunião ocorrerá ainda nessa manhã, como eu espero. Fiquem atentos, logo mandarei notícias.





         - Pelo menos isso está perto de acabar, não é?
         - Em alguns dias seu avô será levado a julgamento, Maria Vitória.
         - O Barão Leopoldo será julgado de acordo com suas obras, senhor ministro, e a justiça terá que levar cada uma.







...








                    Virgínia foi recebida na casa da irmã e sentou-se para conversar com a mesma, que estava aflita e curiosa pelos acontecidos.





         - Virgínia... Minha irmã, o tanto que fiquei aflita sem notícias suas.
         - Não precisava se preocupar, estou ótima!
         - Não me engane, eu sei da briga que teve com o papai, e que ele a trancou em um quarto.
         - Ele agiu como jamais agiria com você, minha irmã. Mas tudo bem... Estou acostumada.
         - Não me jogue nessa fogueira! Eu sei bem que isso foi por um casamento o qual você negou. Virgínia, se não deseja se casar você...
         - Chega desse assunto, Ana Laura. Me irrita! Eu vim para conversar. Nossa mãe ficou em casa, e nosso pai está no gabinete do ministro, já está sabendo que o vovô teve um surto de vez?
         - Como assim? Que tipo de surto?
         - Parece que andou dizendo que a alma da baronesa lhe apareceu esses dias. Ontem mesmo confundiu a Dandára com a dona Cila e tentou atacá-la.
         - Misericórdia! E o que aconteceu? Como está a Dandára.
         - Parece que tudo bem até o momento. Nosso avô trancado, e a escrava bem sim.
         - Isso está piorando... E os dias que não passam logo?!

Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora