Capítulo 106

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O julgamento do Barão Leopoldo

Parte 2






AVISO: A autora do livro não vai prolongar o julgamento do Barão aos mínimos detalhes. Diante do pouco conhecimento de um tribunal, e as histórias que ainda devem ser contadas, serão mostradas as partes das testemunhas de acusação e defesa.

As testemunhas de acusação, exceto dona Cila e Maria Vitória, serão interrogadas somente pela defesa. Do mesmo modo, as testemunhas de defesa, exceto Cipriano, serão interrogadas apenas pela acusação (Henrique).

Boa leitura!❤















                        Maria Vitória entrou no tribunal, e diante de todos jurou dizer ali somente a verdade, e nada além dela. Desse jeito, Henrique tomou a palavra.




         - Senhorita Maria Vitória Álvares Real, reconhece este homem que está hoje como um réu?
         - Sim, é o meu avô paterno.
         - Agora, Maria Vitória, poderia nos contar um pouco da sua relação com o seu avô?
         - Nunca foi uma boa relação.
         - E por qual motivo?
         - Meu avô nunca foi próximo, e nem o tipo de homem amoroso, principalmente comigo, pois sou fruto de um romance do meu pai com uma cativa da fazenda.
         - E ele a maltratava por isso?
         - Como eu disse nunca foi amoroso, mas com o tempo se mostrou frio e agressivo. A prova disso veio quando obrigou-me a morar na senzala, junto a minha mãe de sangue, tempos depois de eu ter descoberto a verdade.
         - Ele a obrigou a viver como uma escrava da fazenda?
         - Sim. Eu morava na senzala, comia os restos servidos, e trabalhava como todos os outros, isso quando o meu pai e minha mãe adotiva viajaram para São Paulo.
         - Este homem, que diz ser um exemplo, a agrediu?
         - Sim, me agrediu.
         - Mas você escapou da fazenda, certo?
         - Com a ajuda de amigos e familiares consegui escapar sim.
         - Certo. Agora, conte-nos o que fazia quando o Barão ameaçou a sua vida?
         - Fui até a fazenda, e entrei no casarão para procurar provas de suas maldades. Fui pega em flagrante, e ele já me apontava uma arma, arrastando-me até o auto da escada, e ameaçou jogar-me lá de cima.
         - E como você conseguiu escapar das ameaças?
         - O meu tio Lázaro, e o ministro chegaram ao local, então ele foi preso em flagrante ameaçando-me. Tentou se desviar, dizendo que apenas queria me dar um susto, mas se não chegam eu poderia estar morta.
         - E que provas você buscava, Maria Vitória? Digo, a quais maldades você se refere?
         - Fui procurar provas de que ele, meu avô, foi o responsável pela morte da baronesa, sua esposa, Ana Vitória Álvares Real.   - Reações espantadas foram vistas no tribunal.
         - E você encontrou essas provas?
         - Um diário, o qual ela escreveu durante todo o período em que viveu com ele.
         - Isso o fez ficar furioso, com certeza. Acredita que por isso ele a atacou?
         - Sim! Ele não me esperava ali, visto que minha entrada estava proibida.
         - E então ele foi preso em flagrante, certo?
         - Exato! Como eu disse, o ministro que não se envolverá diretamente, estava lá. Que o Barão Leopoldo ameaçou me matar não há dúvidas!
         - Sim, com certeza! Como visto excelência, este homem foi preso em flagrante, ameaçando a vida da própria neta. Que outras coisas mais ele seria capaz de fazer? Senhores... O próprio ministro levou este caso ao tribunal, será que mais além disso será preciso para prová-lo ser culpado? Sem mais perguntas, excelência.





Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now