Capítulo 80 - Parte 2

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                 Leopoldo estava sentado em um banco de barro, feito na cela em que ele estava na delegacia. Enfermeiros e soldados chegaram carregando um homem nos ombros em uma espécie de maca, isso o fez saber quem deveria estar chegando.


         - Barão Leopoldo Álvares Real, o ministro o chama no gabinete dele, juntamente com o delegado. Vamos?!  - Disse um soldado.
          - Mas é claro! Ah... Finalmente vou sair desse lugar imundo, mal posso esperar para chegar em minha casa.


         - Cuidado com ele, abaixa a maca devagar... Temos que colocá-lo em uma das camas.  - Disse um enfermeiro.
        




                 Cipriano foi colocado em uma cama dura, e fina da cela. Ao se ajeitar, olhou para sua frente, e encontrou os olhos do temido patrão. O encarou até o momento em que Leopoldo saiu com o soldado, e deu um sorriso irônico, para ele mesmo.














               Rosário aproximou-se da porta do quarto em que Maria Vitória dormia, e tentou abri-la, sem sucesso.



         - Maria Vitória? Você está aí?  - Ela perguntou enquanto batia.
         - Ela deve ter saído.  - Comentou Bento.
         - Estranho, jurei ouvir algo vindo do quarto. Bom... Ela deve ter trancado pelos papéis que estão guardados aí dentro.
         - Que papéis?
         - Nada não... Vamos lá embaixo, Bento. Cortarei umas verduras, podemos fazer um caldo excelente! O que acha?
          - Agora mesmo!   - Saíram juntos.



                Virgínia estava imóvel sentada na cama.



         - "Será que já foram embora? Melhor que fiquem bem calados. Gente intrometida!".   - Ela permaneceu lendo os papéis.












               Ana Laura experimentava vestidos, enquanto Branca olhava sempre pela janela tentando ver se Virgínia havia chegado.



         - Esse aqui é lindo! Veja, está ótimo em meu corpo. O que acha mamãe? Ei... Mãe, está me ouvindo?
         - Sim... Sim está lindo! Vai ficar com ele?
         - Vou sim. Mas a senhora não me engana... Diga, o que há?
         - Hum... Virgínia está demorando, não acha? Acredito que já deu tempo dela achar o tal leque.
         - Também acho. Mas vamos dar esse voto de confiança a ela, sim? Virgínia vive reclamando que a tratam como criança, e ela tem razão!
         - E se o seu pai chegar e ela não estiver aqui, hã? Na certa irá brigar comigo por tê-la deixado sozinha.
         - Pode deixar que eu mesma falo com meu pai. Agora vem, mãe... Ajude-me com esses vestidos, veja só, que lindos!











               Fausto, Celso, Maria Vitória, e Eugênia se retiraram do gabinete. Lá permaneceu somente Lázaro, no aguardo pela chegada do Barão.


         - O senhor Lázaro ordenou que fôssemos embora, ele quer evitar um encontro do Barão com Maria Vitória e dona Eugênia.  - Cochichou Celso no ouvido de Fausto.
         - E agora? Será difícil tirá-las daqui, elas sabem que ele virá.
          - Elas terão que sair de qualquer maneira. Maria Vitória é sua noiva, Fausto... Convença sua futura esposa.
         - Você fala como se fosse fácil, por acaso não conhece Maria Vitória?
         - Conheço sim, mas o noivo é você. Anda!
         - Não precisa me empurrar, eu já sei como convencê-la.








Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now