Capítulo 53

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                 Rosário acordou, e percebeu que o sol estava nascendo. O quartinho estava do mesmo jeito que estava quando ela entrou, porém, agora mais visível, pois estava clara com a luz da manhã. Sentada ela estava, com o diário na mão, e sentiu como se estivesse sonhado, mas passou novamente as páginas, e viu que tudo que leu era real.



         -" Ai... Eu... Eu não acredito em tudo que li. Onde estará o resto?".



                Ela respirou fundo, e coçou os olhos. Levantou-se e seguiu em direção ao baú. Avistou outras folhas, e mais cartas do que tinha visto.



         -" Preciso ficar aqui, preciso saber o que aconteceu. Tenho que verificar tudo o que tem aqui, mas há de demorar".



                 Rosário sabia do risco que estava correndo, mas sabia que deveria procurar algo que pudesse ajudar, e favorecer Maria Vitória.









             Na Senzala, todos de pé, inclusive Maria Vitória, porém, houve uma confusão.



         - Filha? Maria Vitória, está tudo bem?
         - Meu anel...
         - Que anel?
         - O anel que Fausto me deu... Sumiu!
         - Sumiu? Mas como?
         - Não sei! Eu não sei! Deixei ele aqui ontem, antes de ir trabalhar, e já não o encontro mais.
         - Quando foi isso?
         - disse, foi ontem!
         - Fica tranquila, filha, ele deve estar por esse chão.
         - Ontem estava tão cansada, que nem lembrei de procurá-lo. A carta que eu estava escrevendo está aqui, mas ele não!
         - Acalme-se, Maria Vitória, minha filha...
         - Calma? Como terei calma, Dandára? O anel foi roubado!



                  Os escravos olharam todos para Maria Vitória.



         - Maria Vitória, sei que está aflita, porém, não tire conclusões precipitadas. De uma coisa estou certa, aqui ninguém roubou.



          Uma moça se aproximou.



         - Pra quê que alguém ia roubar anel teu, menina? Não temos nem onde cair mortos, imaginem onde vender o tal anel.
         - Tava boa demais pra ser verdade. Ouviram? Já está nos acusando de roubo.    - Indagou outra.
         - Exato! Depois de tudo que fizemos, é muita ingratidão.    - Respondeu o outro.




         Maria Vitória os respondeu:




         - Não lhes estou acusando. Não os citei. Mas o anel é muito importante para mim, ganhei do meu noivo.
         - É mesmo? E cadê teu noivo agora?
         - Ele está em Portugal, moça...
         - Ah é? Interessante. Não foi você que fez uma confusão por ter que se casar, e agora faz outra confusão por conta do anel?
         - Não fiz, e nem estou fazendo confusão alguma. Apenas... Quero encontrar meu anel, isso. Pode ter sido um feitor que o pegou.




Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now