Capítulo 46

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                    No dia seguinte, Leôncio saiu cedo, contra a vontade do seu pai. Leopoldo ficou furioso, e desejou o pior para Eugênia.



        -" Espero que ela não volte, Eugênia se tornou insuportável, e um perigo para mim nessa casa. Se ela não voltar, será melhor, até mesmo para o meu filho... Se bem que Leôncio ultimamente tem estado muito contra mim, e isso é muita ingratidão. Enfim, espero que Eugênia tenha um ataque, se isso acontecesse, ela me faria um grande favor".







                    Maria Vitória se levantou um pouco tarde, e após o café, seguiu para a cozinha, a procura de Cila.



        - Onde está a minha avó?   - Perguntou ela para uma mulher.
        - Olha, sinhá, ela não está muito bem.
        - Mas o que houve?
        - Está na senzala bastante machucada, e não esteve bem nem mesmo para vim.
        - Ela caiu?
        - Bem pior que isso...
        - Me diz de uma vez, o que aconteceu com a minha avó?
        - Ela acabou apanhando feio de seu avô, pronto falei.
        - O quê? Como?
        - Vai lá ver ela, sinhá, e verá.



                     Maria saiu correndo para a senzala, e abriu a porta com toda força.



        - Vó?! Vovó, o que a senhora tem?
        - Maria Vitória?! Meu amor. Que bom que veio!
        - Vovó... Está toda machucada, o que fizeram com você?
        - É... Eu caí.
        - Caiu? Mas caiu onde?
        - Por aí... Na cozinha.
        - Não mente para mim, eu sei que bateram na senhora. E também sei que foi o Barão.



                    Rosário que estava presente, confirmou.



        - Foi mesmo o Barão, Maria Vitória.
        - Rosário?! Me desculpe, eu não te vi aí...
        - Tudo bem, percebi sua aflição. Mas digo com todas as letras que foi o Barão, assim disse as outras escravas.
        - Eu sabia! Mas não entendo o motivo para não me falar a verdade, vovó.



                Cila falou:



        - Não quero confusões, minha filha.
        - Por que ele fez isso?
        - Foi por besteira, não se preocupe.
        - Pensando bem, não tem justificativa para fazer isso! Ele não tem o direito.
        - Esqueça isso, filha. E vem cá, me dá um abraço, mas agora como avó e neta.



              Maria a abraçou, e sorriu.



        - A senhora está sorrindo, mas sei que está com muita dor.
        - Isso não foi nada, apanhei mais do que isso.
        - Onde está a Dandára?
        - Ela teve que ir, os capatazes vieram cedo...
        - A senhora precisa ser cuidada por alguém!
        - A Rosário está aqui, minha filha, não precisa se preocupar... Vou ficar bem.
        - Vai mesmo?
        - Vou sim.



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now