Capítulo 81 - Parte 3

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Fausto e Maria Vitória continuaram a cavalgar depois do banho de cachoeira, mas o tempo estava fechando, e o vento frio estava mais forte.



- Acho melhor voltarmos, Maria Vitória, parece que vai chover forte.
- Ah não, Fausto... Saímos da cachoeira e você disse que iria me levar para outro lugar, e agora quero conhecer!
- Mas estamos molhados, e veja o vento que está batendo, você pode acabar adoecendo.
- Fausto, vamos para aonde você iria me levar, tá bom? Sem contar que estamos muito mais distantes da cidade, e da casa dos seus pais.
- Certo, então solte o seu cabelo, com o vento ele se secará rápido.
- Já ia fazer isso.
- Vamos mais rápido? Assim chegamos logo.
- Claro! Mas onde é esse lugar, e melhor ainda, o que ele é?
- Calma, você vai conhecer... Vamos!





Os cavalos galoparam mais rápido, sendo que Fausto ia na frente, olhando sempre para trás para ter certeza de que Maria Vitória o acompanhava. Ele só parou algum tempo depois, de frente para uma porteira, que causou grande curiosidade na noiva.



- Que lugar é esse?
- Meu refugio, aposto que nem mesmo sua prima Ana Laura já esteve aqui, nunca foi o lugar favorito do Celso.
- É uma fazenda?
- Um sítio para ser mais exato.
- Nossa! Como nunca me contou da existência desse sítio?
- Percebe como você ainda não me conhece por completo? - Sorriu.
- Vamos entrar?
- Mas é claro! - Ele desceu do cavalo e abriu a porteira, em seguida, montou novamente no cavalo.
- Parece ser muito bonito.
- Não é grande coisa, pode se dizer que está abandonado por anos, nem animais existem mais aqui. - Eles entraram.





Maria Vitória observou cada parte do sítio, cada lugarzinho da terra, mas logo começou a cair gotas de chuva nela.



- É... Vai começar a chover.
- Eu avisei! - Ele ajudou ela a descer do cavalo.
- Mas já estamos aqui, e... Não me parece tão abandonado, Fausto. Veja, a casa está bem conservada, a grama, as plantas...
- Até tempos atrás tínhamos um bom homem que cuidava daqui, era pago, mas foi embora.




Ele mexeu em um vaso com planta que ficava ao lado.




- Aqui sempre ficou a chave - Ele destrancou. - Entre!
- Hum... Um pouco escuro aqui.
- Eu vou abrir algumas janelas, bom que ventila um pouco. Vou clarear também, está nublado, isso coopera para a escuridão.
- Tudo bem, não se preocupe.
- Insisto, terei que fazer.





Fausto abriu as janelas, e tratou de manter o lugar em claro. A casa não era grande, mas também não era pequena, porém muito bem decorada, com sinais de muito bom gosto. Fausto ajeitou almofadas do sofá, perto da lareira onde ele acendeu um fogo, e sentou-se com Maria Vitória.




- Isso irá nos aquecer!
- De fato, sim! Meu cabelo já está seco, ou quase, só com o vento. Inclusive, devo estar toda despenteada, não é?
- Estás linda! Não se preocupe com isso.
- Obrigada! Agora o meu vestido só tenho seco mesmo o mesmo casaco, que por sinal deve estar bem quentinho.
- Eu estou igual, Maria! - Sorriram.
- Então esse é o seu ponto de refúgio?
- Quando mais novo sim.
- É muito bonito, se estivesse sol, poderíamos aproveitar mais.
- Até ontem isso seria possível.
- Exatamente! O clima está uma loucura, vive mudando! Mas é bom estar aqui.
- É... Não está com fome?
- Não... Eu estou bem.
- Certeza? Passamos o dia fora, tomamos café da manhã, comemos um bolinho, e depois algumas mangas, só isso.
- Para ser sincera estou com fome sim, mas achei que seria falta de educação lhe dizer isso.
- Ah, mocinha... - Ele sorriu. - Você tem cada idéia! Mas então, o que vamos fazer?
- Eu sou péssima na cozinha!
- E a única coisa que pode ter aqui são frutas, verduras, legumes... Isso se ainda tiver para colher.
- E você saberia fazer algo?
- A gente daria um jeito. Poderíamos cozinhar umas verduras, fazer uma sopa... Acho que é o mais fácil a se fazer. Com certeza - ao menos isso - iríamos conseguir.
- Eu já sei! Não sou tão péssima na cozinha... Hum... Será que aqui tem ameixa?
- Tinha várias frutas, ameixa estava incluída imagino eu.
- Se tiver ameixas, farei um doce para nós!
- Um doce? Você vai fazer?
- Está duvidando?
- Não, o que é isso... Jamais!
- Saiba o filho do coronel que eu aprendi a fazer doce de ameixa com a minha avó Cila, tá bom? Antes mesmo de saber que sou neta dela, ela me ensinou com todo gosto!
- Pois estou completamente ansioso para apreciar esse doce!
- Então fazemos assim... Você vai atrás de mais lenha para acender o fogo, a que tinha você já fez o favor de usar.
- Ei, eu usei para acender a lareira, para aquecer você, mocinha.
- Tá bom, eu sei. Mas vai atrás de mais, vamos aproveitar que ainda não começou a chover, só existem pingos de chuva. Eu vou atrás de frutas, legumes, verduras, e o que encontrar! Está bem?
- Certo! Na cozinha deve haver alguma cesta, pegue, leve com você. As árvores, plantas, e outros ficam do lado esquerdo.
- Está bem, nos encontramos aqui.











Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now