Capítulo 120

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15 de julho - 1888











                     Virgínia seguiu até a casa de Henrique, mas não foi recebida como esperava. O mesmo a questionou por ficar frequentando sua casa sendo que ele é um homem solteiro.





         - Não é a primeira vez que lhe reclamo sobre isto, Virgínia. Será que não entende?
         - Não! Você é o meu noivo, eu preciso conversar com você.
         - Sim, Virgínia, seu noivo... Quantas pessoas sabem disso? Ah, tenha santa paciência!
         - Perdoe-me, não pensei direito, e apenas vim.
         - Como sempre, sim? Mas sente-se, já que está aqui eu quero saber sobre o que queres falar.
         - Bom... Eu gostaria muito de conversar sobre o nosso casamento. Sabe... Sinto que deveríamos planejar alguma coisa juntos. Por exemplo, a decoração, o que você gostaria que tivesse de especial?
         - Isso eu deixo nas suas mãos. É dever da mulher se apropriar dessas coisas, faça o que quiser!
         - Bom, eu pensei que as flores da igreja poderiam...
         - Ah, espere! Temos mesmo que falar sobre esse casamento. Nada de igreja!
         - Como?
         - Nos casaremos na sala da sua casa, em uma cerimônia simples e íntima. Apenas para prestar nossos votos.
         - Henrique... Não está falando sério, ou está?
         - Claro que estou!
         - Mas... Eu imaginei um casamento luxuoso, com uma grande festa, como foi o casamento de Celso e Ana Laura.
         - Eu prefiro algo mais reservado, Virgínia. Diante desses escândalos é melhor nos preservar.
         - Maria Vitória foi a mais atingida e parece não se importar. Terá uma grande festa de casamento!
         - Sua prima não passa de uma qualquer como a gente dela. Você é diferente, entenda! Vamos nos casar em sua casa, e depois viremos para cá, para a minha.
         - Eu nem o que dizer... Preciso refletir sobre tudo.
         - Achei que quisesse a minha opinião, e como eu gostaria que fosse.
         - Exatamente.
         - Então está decidido. Será uma cerimônia íntima, bem reservada. Estamos certos?
         - Se você prefere assim... Tudo bem.   - Virgínia se calou.














                 Ao lado dos pais, Berenice avistava os atendimentos de Lúcio, e ouvia os elogios das pessoas. Isso a alegrou, e a fez querer aumentar e crescer o quanto antes os seus projetos.





         - Estou tão feliz, mamãe! Vou repetir isso por um dia inteiro.
         - Está tudo muito belo, sim? Parabéns! Sinal da boa vontade de vocês.
         - E de todos que de certa forma colaboraram. Me sinto satisfeita! Até mesmo o tio Lázaro e tia Branca ainda estão aqui, prestigiando.
         - Sim, dona Cila também. Os outros tiveram que ir, tinham seus assuntos para tratar. Estou orgulhosa de você, minha filha!






         - Aliás... Nós dois estamos muito orgulhosos.   - Disse Peixoto.
         - Ah papai!   - Berenice os abraçou.
         - Logo também estará em serviços, ensinando muita gente.
         - E mal posso esperar para começar! Eu vou ver se o Lúcio está precisando de alguma coisa.
         - Está bem, minha filha. Continuaremos aqui!












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                  Celso estava se preparando para sair e resolver um assunto pendente. Ana Laura estava deitada, e por poder ganhar o bebê a qualquer momento, seu marido temia em deixá-la sozinha.





Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora