15 de julho - 1888
Virgínia seguiu até a casa de Henrique, mas não foi recebida como esperava. O mesmo a questionou por ficar frequentando sua casa sendo que ele é um homem solteiro.
- Não é a primeira vez que lhe reclamo sobre isto, Virgínia. Será que não entende?
- Não! Você é o meu noivo, eu preciso conversar com você.
- Sim, Virgínia, seu noivo... Quantas pessoas sabem disso? Ah, tenha santa paciência!
- Perdoe-me, não pensei direito, e apenas vim.
- Como sempre, sim? Mas sente-se, já que está aqui eu quero saber sobre o que queres falar.
- Bom... Eu gostaria muito de conversar sobre o nosso casamento. Sabe... Sinto que deveríamos planejar alguma coisa juntos. Por exemplo, a decoração, o que você gostaria que tivesse de especial?
- Isso eu deixo nas suas mãos. É dever da mulher se apropriar dessas coisas, faça o que quiser!
- Bom, eu pensei que as flores da igreja poderiam...
- Ah, espere! Temos mesmo que falar sobre esse casamento. Nada de igreja!
- Como?
- Nos casaremos na sala da sua casa, em uma cerimônia simples e íntima. Apenas para prestar nossos votos.
- Henrique... Não está falando sério, ou está?
- Claro que estou!
- Mas... Eu imaginei um casamento luxuoso, com uma grande festa, como foi o casamento de Celso e Ana Laura.
- Eu prefiro algo mais reservado, Virgínia. Diante desses escândalos é melhor nos preservar.
- Maria Vitória foi a mais atingida e parece não se importar. Terá uma grande festa de casamento!
- Sua prima não passa de uma qualquer como a gente dela. Você é diferente, entenda! Vamos nos casar em sua casa, e depois viremos para cá, para a minha.
- Eu nem o que dizer... Preciso refletir sobre tudo.
- Achei que quisesse a minha opinião, e como eu gostaria que fosse.
- Exatamente.
- Então está decidido. Será uma cerimônia íntima, bem reservada. Estamos certos?
- Se você prefere assim... Tudo bem. - Virgínia se calou.Ao lado dos pais, Berenice avistava os atendimentos de Lúcio, e ouvia os elogios das pessoas. Isso a alegrou, e a fez querer aumentar e crescer o quanto antes os seus projetos.
- Estou tão feliz, mamãe! Vou repetir isso por um dia inteiro.
- Está tudo muito belo, sim? Parabéns! Sinal da boa vontade de vocês.
- E de todos que de certa forma colaboraram. Me sinto satisfeita! Até mesmo o tio Lázaro e tia Branca ainda estão aqui, prestigiando.
- Sim, dona Cila também. Os outros tiveram que ir, tinham seus assuntos para tratar. Estou orgulhosa de você, minha filha!- Aliás... Nós dois estamos muito orgulhosos. - Disse Peixoto.
- Ah papai! - Berenice os abraçou.
- Logo também estará em serviços, ensinando muita gente.
- E mal posso esperar para começar! Eu vou ver se o Lúcio está precisando de alguma coisa.
- Está bem, minha filha. Continuaremos aqui!●●●
Celso estava se preparando para sair e resolver um assunto pendente. Ana Laura estava deitada, e por poder ganhar o bebê a qualquer momento, seu marido temia em deixá-la sozinha.
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...