Os olhares foram voltados para Leopoldo, enquanto o mesmo se pôs parado de frente para a porta, antes de entrar. Alguns amigos, conhecidos, foram dar os pêsames ali mesmo, enquanto a família permaneceu imóvel.
- O que ele faz aqui?
- Calma, Maria Vitória, não se esqueça quem ele é. - Fausto a segurou pela cintura.
- E quem poderia ser, Fausto?
- O pai do seu pai. Querendo ou não, ele está sofrendo.
- Aquele ali não sofre por ninguém, é um ogro! Quero ele longe daqui... Longe de vocês, longe de quem ele machuca! - Maria Vitória se soltou.- Vai embora! Ninguém quer você aqui, vai embora! - Gritou ela.
- Maria Vitória, por favor, sem escândalos! - Fausto a puxou de volta.
- Me solta, Fausto! Vai embora! Não és bem vindo!- Pelo visto a confusão está garantida por aqui. Maria Vitória chamando a atenção como sempre... Uma vez o Barão deu um tapa nela, será que vai repetir? - Cochichou Virgínia.
- Pare, minha filha! A coisa não pode piorar. Ai, mas que confusão! - Disse Branca.Lázaro foi até a sobrinha.
- Eu entendo sua mágoa, minha querida, mas não pode impedi-lo.
- Eu posso! Posso sim, e ai de quem me dizer o contrário. Não quero esse homem aqui!
- Você perdeu o seu pai, e ele perdeu um filho, Maria Vitória!
- Esse homem não tem sentimentos! É difícil entender? Ele se faz de sofrido, mas ele não sabe nem o que é amar alguém...
- Chega! Seu avô entrará para se despedir de Leôncio, entendido?
- Não! Sinto muito meu tio, mas isso para mim...- Prima, me escuta... É melhor que ele venha, e vá embora o quanto antes... Se continuar interferindo, ele sairá como o injustiçado, e você como a grande vilã. É o quê menos queremos no momento. - Disse Ana Laura se aproximando.
- Mas Ana Laura...
- Confie em mim, por favor!Fausto levou Maria Vitória para um canto afastado, enquanto os outros abriram caminho para a passagem de Leopoldo. O homem por sua vez, com a bengala de madeira, entrou devagar, olhando nos olhos de cada um, sendo correspondido.
Peixoto abraçou Maristela, e Branca segurou no braço do marido. Celso e Ana Laura se entreolhavam, e Maria estava virada de costas, de frente apenas para o noivo.
- Controle-se... Shi... Fique tranquila, logo ele já está indo.
- Estou tentando, Fausto, mas não consigo...
- Querendo ou não, ele é pai, tem todo o direito de estar aqui. Tranquilize-se!
- Me avise quando ele sair, pois prefiro não ver.O Barão se aproximou do caixão, e olhou o corpo de Leôncio, que tinha alguns machucados no rosto, e estava deitado, bem ali, de onde jamais iria se levantar. Leopoldo o olhou atentamente, em cada detalhe, chegando até mesmo a ajeitar os panos enquanto acariciava o rosto do mais novo dos filhos.
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...