Capítulo 77 - Parte 4

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           Os olhares foram voltados para Leopoldo, enquanto o mesmo se pôs parado de frente para a porta, antes de entrar. Alguns amigos, conhecidos, foram dar os pêsames ali mesmo, enquanto a família permaneceu imóvel.



      - O que ele faz aqui?
      - Calma, Maria Vitória, não se esqueça quem ele é.  - Fausto a segurou pela cintura.
      - E quem poderia ser, Fausto?
      - O pai do seu pai. Querendo ou não, ele está sofrendo.
      - Aquele ali não sofre por ninguém, é um ogro! Quero ele longe daqui... Longe de vocês, longe de quem ele machuca!  - Maria Vitória se soltou.


     - Vai embora! Ninguém quer você aqui, vai embora!  - Gritou ela.
     - Maria Vitória, por favor, sem escândalos!  - Fausto a puxou de volta.
     - Me solta, Fausto! Vai embora! Não és bem vindo! 



      - Pelo visto a confusão está garantida por aqui. Maria Vitória chamando a atenção como sempre... Uma vez o Barão deu um tapa nela, será que vai repetir?  - Cochichou Virgínia.
      - Pare, minha filha! A coisa não pode piorar. Ai, mas que confusão!  - Disse Branca.




         Lázaro foi até a sobrinha.




      - Eu entendo sua mágoa, minha querida, mas não pode impedi-lo.
      - Eu posso! Posso sim, e ai de quem me dizer o contrário. Não quero esse homem aqui!
      - Você perdeu o seu pai, e ele perdeu um filho, Maria Vitória!
      - Esse homem não tem sentimentos! É difícil entender? Ele se faz de sofrido, mas ele não sabe nem o que é amar alguém...
      - Chega! Seu avô entrará para se despedir de Leôncio, entendido?
      - Não! Sinto muito meu tio, mas isso para mim...



      - Prima, me escuta... É melhor que ele venha, e vá embora o quanto antes... Se continuar interferindo, ele sairá como o injustiçado, e você como a grande vilã. É o quê menos queremos no momento.  - Disse Ana Laura se aproximando.
      - Mas Ana Laura...
      - Confie em mim, por favor!



         Fausto levou Maria Vitória para um canto afastado, enquanto os outros abriram caminho para a passagem de Leopoldo. O homem por sua vez, com a bengala de madeira, entrou devagar, olhando nos olhos de cada um, sendo correspondido.



         Peixoto abraçou Maristela, e Branca segurou no braço do marido. Celso e Ana Laura se entreolhavam, e Maria estava virada de costas, de frente apenas para o noivo.



      - Controle-se... Shi... Fique tranquila, logo ele está indo.
      - Estou tentando, Fausto, mas não consigo...
      - Querendo ou não, ele é pai, tem todo o direito de estar aqui. Tranquilize-se!
      - Me avise quando ele sair, pois prefiro não ver.





         O Barão se aproximou do caixão, e olhou o corpo de Leôncio, que tinha alguns machucados no rosto, e estava deitado, bem ali, de onde jamais iria se levantar. Leopoldo o olhou atentamente, em cada detalhe, chegando até mesmo a ajeitar os panos enquanto acariciava o rosto do mais novo dos filhos.



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now