Capítulo 4

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                    Passaram -se os dias e as noites, em uma delas chovia muito. Dandára cantava para sua menina dormir, a abraçava, e também a beijava apaixonada, um amor de mãe, algo que Dandára jamais havia sentido.




                  Ouvi-se um grande barulho e a senzala foi invadida



         - Dandára?!   - Gritou o capataz Cipriano.



                 Dandára levantou-se com pressa envolvendo a menina em seus braços.



         - O que quer?

         - Fale direito comigo, escrava! O filho do Barão deseja lhe falar, e ordenou que leve sua filha com você.   - Cipriano levou Dandára pelo braço, e Cila correu atrás.







                   Dandára temeu, abraçou sua filha com mais força.


         - Não! Eu não vou.
         - É uma ordem do patrão, se você não for por bem, irá por mal.




                  Leôncio apareceu



         - Senhor, o que faz aqui?

         - Eu vim falar com Dandára pessoalmente, não é necessário que a leve para o casarão, isso já é demais.




            A mãe de Dandára interveio.



         - Senhor, se é o que estou pensando por favor não o faça, irá se arrepender!

         - O que pensa que vim fazer aqui?
         - Possivelmente veio levar a menina para vendê-la.



             Dandára se desesperou.



         - O quê? Veio para levar e vender minha filha?

         - Não exatamente.    - Explicou-se Leôncio.
         - Então para quê?
         - Vim buscar a menina, mas não para vendê-la e sim para criá-la no casarão.





                   Dandára ficou sem entender direito o que estava acontecendo.



         - Criá-la no casarão?

         - Sim. A menina será criada como filha minha e de Eugênia, terá todo conforto e amor que podemos dar a ela.
         - Não! Não, eu quero criar a minha filha...
         - Para quê? Para que seja criada como uma escrava? É isso que quer para ela?
         - Leôncio, você sabe que tem outra forma de você impedir isso.
         - Para você é 'senhor Leôncio', e a maneira que vejo é esta, me dê a menina.
         - Não!
         - Dandára, não deixe tudo mais complicado, por favor!,
         - Se queres levá-la, terá que matar-me primeiro.
         - Dandára, me entregue a menina!
         - Não Leôncio... Eu te imploro, isso não!





Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now