Capítulo 8

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                   O Senhor saiu em sua carruagem. Alguém por trás chamou a atenção de  Maria Vitória, era a voz de um homem.



         - A mocinha bonita está perdida?



                    Maria Vitória virou-se e reconheceu o homem, Cipriano.


         - Como disse?
         - Perguntei se a mocinha bonita está perdida, nunca a vi por aqui.
         - Fiquei muito tempo longe.
         - Ah, então a mocinha veio de longe?  - Disse Cipriano malicioso.   - Eu posso ajudar a se encontrar com prazer.
         - O Senhor deveria desviar esse olhar malicioso da minha pessoa.
         - Calma moça, não quero lhe fazer mal.
         - E nem pode, não se atreveria.
         - Uau!  - Cipriano sorriu debochado.
         - O Senhor não está me reconhecendo, não é?
         - Deveria?
        - Sim! Sou sua patroa.
        - Minha Patroa? Não me diga que és...
        - Sou Maria Vitória, a Sinházinha dessa terra.
        - Meu Deus menina, como você está grande!
        - Sim, eu cresci, o suficiente para entender seu olhar malicioso para mim...
        - Senhorita, eu não tinha lhe reconhecido e...
        - Não diga mais nada! Espero que não lance esse tipo de olhar para nenhuma mulher, e muito menos faça algo contra qualquer uma daqui.
       - Me perdoe, Sinházinha.
       - Agora me ajude com as bagagens. Meus pais não estão?
       - Não tem ninguém aqui, todos saíram.
       - Saíram? Mas para aonde?
       - Disso não sei, mas a senhorita era esperada somente amanhã.
       - Resolvi fazer surpresa... Bom, mesmo assim irei entrar e descansar um pouco.
       - Eu pego as bagagens...
       - Como deve ser!





                      Maria Vitória respirou o ar da Fazenda, e seguiu em direção ao casarão.




                      Entrando, Maria Vitória olhou para cada detalhe do lugar, sorriu, e sentiu alegria de estar novamente em casa.




         - Pode deixar as bagagens aqui mesmo Cipriano, depois eu dou o meu jeito.
         - Sim senhorita, com licença!







                 No quarto, Dandára falou com Rosário.



       - Acho que ouvi conversas na sala, acho melhor eu ir o quanto antes.
       - Vá, só vou terminar de limpar a penteadeira, e desço em seguida.
   




                      Dandára desceu as escadas devagar. Maria Vitória estava na sala, e viu a mulher descer, então lhe falou:



        - Olá?!



                 Dandára virou-se pronta para se desculpar por estar na casa. Ela só não imaginava que ali estaria a sua filha, foi uma imensa surpresa, ela ficou sem palavras. Maria lhe falou de novo:



         - Olá?! Quem é você?



                 Dandára encheu seus olhos de lágrimas, sua boca tremia.



        - Eu sou... sou Dandára.
        - Prazer, Dandára! Como estás?
        - Estou bem, obrigada!
        - Eu nunca vi você por aqui, quando chegou na fazenda?
        - Bem antes da Sinhá voltar.




Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now