Eugênia foi até o quarto de Maria Vitória, desejou bom dia, e a ajudou a se pentear.
- Como passou a noite, filha?
- Mais ou menos, estava sem sono. E a senhora?
- Bem apesar de que... A cama é um pouco dura, mas foi ótima!
- Mesmo que tenha odiado não vai dar o braço a torcer, certo?
- A noite para mim foi ótima, Maria Vitória, já disse!
- Certo, não falarei mais nada.
- E o que vamos fazer hoje?
- Eu vou até a casa do coronel, preciso falar com a Rosário.
- Não mesmo! Ficará aqui, fazendo-me companhia.
- Ficaremos o dia todo trancadas nesse quarto, minha mãe?
- Podemos ler alguma coisa, e se queres falar com a Rosário, escreve uma carta, ela sabe ler, não sabe?
- A senhora não tem jeito mesmo, não é?
- E o que eu falei de errado dessa vez, Maria Vitória?
- Nada, esqueça! Vou descer para tomar o meu café.
- Não precisa... Eu pedi que trouxessem para cá, afinal, não podemos comer no meio daquele gente, não é? Algumas sem jeito, nem conhecemos, enfim...
- Será possível que até o café da manhã será nesse quarto?
- Por enquanto... Mas reclame menos, Maria Vitória, bem menos!
- É que estou me sentindo uma prisioneira da pensão.
- Mas como é exagerada, sim? Não é uma prisioneira, é uma dama sendo protegida pela mãe, seu pai lhe diria o mesmo. Melhore essa cara, Maria... Não é tão ruim assim.Lázaro, Branca, e Virgínia estavam reunidos na mesa de café da manhã, do lado de fora, debaixo de uma cobertura.
- Quando terminar vou direto para a fazenda, esperarei Maristela na porta, se ela for...
- Vais demorar muito lá, Lázaro?
- Talvez, Branca. Na realidade meu plano seria passar o dia por lá, mas agora eu já não sei.
- De qualquer forma, Virgínia e eu vamos até a cidade visitar a Ana Laura.- Claro... Eu só vou até a casa da Ana Laura, não tenho outra diversão.
- Vocês duas pretendem passar o dia por lá?
- Não exatamente, meu marido. Pretendo ver como anda o enxoval do bebê, a gravidez da nossa filha, e tudo mais... Além de notícias dela.
- Dê um beijo nela, e avise por favor que logo irei vê-la.
- Claro!- Se é assim, vou me vestir, ao menos quero estar arrumada.
- Não demore, Virgínia... Assim que eu terminar meu café quero ir para a carruagem.
- Serei rápida! - Disse ela, saindo em seguida.- Fico pensando o que dirão, e quais serão as reações ao verem você no comando da fazenda.
- Como assim?
- Lázaro, você será como o novo barão, tão respeitado quanto o seu pai... Claro que muitos ficarão aliviados pensando que com sua administração muita coisa vai mudar.
- Errados! Nada vai mudar na fazenda, nem mesmo o trabalho escravo.
- Até mesmo por não ter como mudar, os escravos são a mão de obra, se eles não fizerem nada, quem fará? A fazenda vai a falência.
- Obviamente.
- Deve ser duro também com os capatazes do teu pai, eles não podem estar relaxados, ou então...
- Branca, eu sei exatamente o que devo fazer.
- Desculpe meu marido, eu só quis ajudar, te dar o meu apoio.
- Sem exageros, sei bem o que fazer na fazenda. Agora me dê licença, você e Virgínia devem estar em casa antes do jantar.
- Está bem... Estaremos aqui.
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...