Leôncio foi até o quarto da esposa, para lhe contar a idéia de Maria Vitória.- E você concordou?
- Claro quem sim, um passeio será ótimo!
- Eu também gostaria.
- Está bem, iremos amanhã.
- Mas Leôncio, você está indo só por Maria Vitória ter lhe pedido?
- Ela apenas sugeriu, e vou passear com você, sim. Amanhã arrume-se, fique bem bonita.
- Sim meu marido, prometo ficar linda! Muito obrigada!
- Não tem que me agradecer, prometo ser um bom marido, ou pelo menos tentar. Sinto muito se me mostro tão ausente.Eugênia sorriu para ele, e sentiu-se melhor.
O dia passou rápido, menos para os cativos, que os dias pareciam maiores a cada vez.
Na Senzala, Sebastião comentou com Edmundo sobre a sua vontade de encontrar Berenice, e de agradecer por ela o ter defendido.
- Não sei se isso é uma boa idéia, na verdade é quase impossível isso, com certeza não deixarão você se aproximar dela.
- Mas Edmundo, é minha obrigação. Apesar de que a Sinhá Maria Vitória prometeu enviar os meus agradecimentos através de uma carta.
- A Senhorita Maria Vitória? Quando você a viu?
- Hoje pela manhã ela estava aqui com a Rosário. As duas parecem muito amigas.
- Ah sim, é verdade. Mas me admira ela ter estado aqui.
- Bom, ela me olhou como se eu fosse amigo dela também, é uma moça muito humilde.
- Sim, ela é.
- E disse que a Sinhá Berenice, queria notícias minhas, saber como fiquei depois de ontem.
- Mas se a Senhorita Maria Vitória disse que iria levar seus agradecimentos através de uma carta, você não tem que ficar querendo ver aquela menina para agradecer.
- Ah Edmundo, eu só queria ser educado.
- Me diz a verdade, você achou a Sinhá Berenice muito bonita, não foi isso?
- Não Edmundo, assim, ela é bonita, mas o que eu quero é somente agradecer.
- Assim eu espero, rapaz.
- Claro que alguém como ela nunca olharia para mim, ela me defendeu por pena, por piedade.
- Foi bem isso mesmo, e ela receberá sua gratidão, então fique bem longe dela... Será melhor para você, meu rapaz.
- Mas... Edmundo, mudando de assunto, você nunca tentou fugir daqui?
- Isso é impossível, mas vontade não me falta.
- Eu já vi que fugir não dá muito certo...
- Você precisa se preparar, como eu.
- Preparar como?
- Em luta.
- Não entendo.
- Eu e outros escravos treinamos a luta, e já ouvi dizer que muitos escaparam através dela.
- E como são essas lutas?
- Você verá, daqui a pouco começaremos ela.
- E os capatazes não desconfiam?
- Eles pensam que estamos em um ritual, ou que é uma espécie de dança da nossa cultura, até mesmo um jogo vindo da Angola.
- Nossa... E como nós devemos chamar essa luta?
- Capoeira. E você vai aprender que isso é muito mais do que uma "luta", é um ato de resistência.
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Escrava Sinhá [Concluída]
Исторические романыESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...