Capítulo 64

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A invasão da Fazenda Álvares Real









                        O Barão terminou o jantar, e sentia seu corpo pesado, e cansado. Ele deitou-se no sofá, e estava sonolento. Tirou os sapatos ordenando que Cila lhe fizesse uma massagem nos pés. Cila obedeceu, porém, Leopoldo logo caiu no sono, e a mulher certificou-se de que seu sono era pesado.




                    Cila correu para a senzala, e avisou a todos que o Barão dormia.



         - Então deu certo?   - Perguntou Rosário.
         - Sim, ele dorme pesado. E agora?
         - Agora é esperar o sinal. Eles devem estar chegando.







                       Dandára estava inquieta, e sentia suas mãos frias. O nervosismo tomava conta dela, de maneira que a fazia torcer para tudo aquilo acabar logo.


         - Ainda nervosa?
         - Minha filha, eu fico preocupada, isso.
         - Estaremos juntas, não há mal nisso.
         - Espero não haver mesmo, de verdade. Maria... Existem crianças na fazenda...
         - Eu sei. Crianças que deveriam estar livres!
         - Livres pra ir pra ' onde? Eu fico atormentada de pensar que algo de ruim pode ocorrer. Esses capatazes, são todos de sangue ruim, Maria Vitória. Claro... Teve um com compaixão, que deixou-me cuidar de ti... Mas os outros? Todos crias do Barão, crias de gente ruim, de má fé!
         - Calma, calma... Não se exalte, peço-te isso. Manteremos nossos corações aquecidos, e eu mesma irei atrás dessas crianças, se conseguir vê-las. Não tenha dúvidas. E para cá elas não voltam mais.
         - Agradecida, filha. Vem, fica do meu lado, não saia daqui.
         - Não se preocupe, estou aqui.
 





              Edmundo e os outros escravos preparavam suas forças. E a ansiedade pela hora aumentava cada vez mais.



         - É chegado a hora. Juntem-se aos outros!   - Gritou Edmundo.




                 Os escravos se reuniram, ficando um do lado do outro. Juntos, com energias positivas.













                  Celso chegou perto da Fazenda com a carruagem. Junto a ele iam Iracema, Tião, Virgínia, e Peixoto. Fausto estava sozinho a cavalo.




                         Iracema desceu, e sentiu a brisa bater em seu rosto. Seus cabelos voavam delicadamente. Ouviu-se passos, eram os índios, da tribo de Iracema.



         - Vinheram.   - Disse ela sorrindo.
         - Impressionante.  - Disse Fausto.    - Estão armados?
         - São armas que índios usam para se proteger. Vai defender escravos.
         - Vocês são pessoas curiosas, estou gostando de conhecer. Mas por favor, não deixem essas armas chegarem perto da Maria Vitória.
         - Não se preocupe, ela não vai se machucar.
         - Tenho medo disso. Mas falo por conhecê-la. É capaz dela mesma querer se defender usando isso contra alguém.




Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now