Capítulo 72

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                   Leôncio chegou até a fazenda de Maristela. Desceu, e seguiu para dentro da casa da irmã.



                  Ao o ver, Maristela o abraçou com força, e se disse feliz em estar com o irmão novamente.


         - Bendito seja Deus que você chegou!
         - Vim assim que Lázaro me contou o que estava acontecendo aqui.
         - Lázaro? Ah... Ele não me pareceu muito preocupado.
         - Queria ver de perto se Maria Vitória realmente estaria conosco em São Paulo. Após perceber que não, ele revelou-me tudo que você contou para ele.
 


         - Não me cumprimenta, Maristela?
         - Ah, Eugênia, perdoe-me, fiquei tão emocionada ao ver Leôncio.
         - Eu entendo, está tudo bem.
         - Como você está? São tantas coisas que aconteceram...
         - Estou bem, pior estive. Mas e você? Soube que ajudou muito Maria Vitória.
         - Eu apenas fiz a minha obrigação como tia.



              Peixoto chegou com Berenice, e cumprimentou o casal. Eles estavam juntos, colhendo frutas, e passando um tempo como pai e filha.



         - E vocês, viram Maria Vitória?
         - Sim, Maristela, está linda! Mas me pareceu abatida.
         - Leôncio, se soubesse onde sua filha esteve, como estava vivendo.
         - Eu sei sim, e me arrepio toda vez que me lembro. Mas o que há com o nosso pai, Maristela? Será que está doente da cabeça?
         - Eu prefiro acreditar que sim, Leôncio. Não dá para acreditar que foi tão cruel, e ainda mais com a própria neta.



         - Meu avô nunca foi uma pessoa boa, e me dói não ficar surpresa com nada do tipo que venha dele.    - Disse Berenice.


         - Berenice?! Minha filha, por favor, não fale assim!


         - A menina tem toda razão, Maristela. O pai de vocês nunca foi um homem bom... E vocês ainda vão se surpreender muito mais, pois a maldade dele foi ultrapassada.
         - Eugênia, será que terei que pedir sempre para que não fale assim? Estou a conversar com Maristela, e nós mesmos resolveremos essa situação.
         - Não diga que não avisei... Parece que achas pouco tudo que esse homem tem feito durante todo esse tempo.



         - Infelizmente devo concordar com Eugênia, Leôncio. Nosso pai... Por Deus, prefiro acreditar que não está bem da cabeça, que faz o que faz sem ter a mínima noção dos seus feitos.
         - Estive preocupado com isso. Porém, custo a acreditar em ambos os lados.
         - Não pense nisso agora, meu irmão. Conte-me, como foi a reação de Maria Vitória ao ver vocês? Ela está bem mesmo?
         - Está sim, acredito que o quanto ela pode, mas está...
         - Não a vi, estivemos preocupados, pois capatazes estiveram aqui a procura dos escravos. Ah, se soubessem a loucura que cometemos, ficariam boquiabertos.
         - Imagino que sim... Mas devo agradecer, por tudo, absolutamente tudo que tu fizeste por Maria Vitória em minha ausência.
         - Meu irmão, não poderia permitir que minha sobrinha passasse por coisas daquele tipo, visto a tão terrível situação na qual se encontrava. Sem contar que... Todos se uniram para fazê-la escapar de toda aquela injustiça.
         - Uma pena que não pude estar presente, e não pude ajudar minha filha, dando a ela essa prova do meu amor. Mas também... O pai de Eugênia acabou ficando doente com a notícia que recebeu sobre Maria não ser neta dele.
         - Ficou doente? Meu Deus, como ele está?



Escrava Sinhá [Concluída]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt