Capítulo 78 - Parte 3

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              Celso levou Eugênia para sua casa, onde o restante da família aguardava informações além das que Berenice levara. Ela estava pálida, e foi calada durante todo o caminho, com um olhar de raiva, angústia, e tristeza. Uma mistura de emoções.




      - Seu Celso, que bom que chegou, devo servir algo para comer? Bom... Todos que estão lá dentro já se alimentaram.
      - Eu estou bem, Hilde, obrigado! Mas entre, coloque algo para a dona Eugênia, por favor!



      - Não se preocupe comigo, estou bem.
      - É importante que a senhora se alimente, e é bom se deitar um pouco também.
      - Eu prefiro ir para a casa do Lázaro, ou... Não sei... Nem um lugar para chamar de meu eu tenho!
      - Os condes a esperam aqui, fique com eles. Aqui a senhora terá todo o conforto que precisa, e o apoio da família.
      - Sem querer ser rude, Celso... Mas eu não quero o apoio de ninguém. Tirando o meu pai, minha mãe, talvez a Maria Vitória, e a Virgínia... Todos são falsos! Não gostam de mim, nunca gostaram. Me aturam, e me suportam, apenas, agora também devem sentir pena, pois estou viúva.
      - Como pode falar assim? Dona Eugênia, não sentimos pena, e sim empatia, algo bem diferente. Todos aqui gostam sim da senhora, por favor, não seja indiferente. Cada um está sofrendo de um jeito.
      - Cada um sofre como pode, ou até onde consegue. que não tenho outra alternativa, eu vou para a casa do seu falecido pai, onde eu estava... Quero ficar no quarto, sozinha, se me permite.
      - Aquela casa está aberta para a senhora, mas no momento não acho adequado...
      - Rapaz, não seja assim, tão cheio de achismos. É algo muito pessoal, você não pode chegar e se intrometer, então me dê licença.
      - Não irei mais insistir, a senhora tem a razão, faça como achar melhor.
      - Obrigada! Eu vou sozinha, não se preocupe, e também deve ter alimentos, eu mesma cuido de mim. Não quero ver ninguém, até mesmo Maria Vitória se ela voltar da fazenda... Com licença!



              Eugênia saiu pelas ruas, e Hilde foi ter com Celso.



      - Senhor, não é perigoso ela sair assim? Pode até passar mal.
      - A dona Eugênia pode estar com todo mal estar do mundo, Hilde, mas jamais dará o braço a torcer. Não posso fazer nada... Ela está com ódio e tristeza no coração, e não a julgo.
      - Pobre mulher, deve criar com rancor tão grande dentro de si.
      - Agora é esperar para ver o que acontece. Vamos entrar, sim?!
      - Claro, senhor!





              Hilde entrou na casa anunciando a chegada de Celso, que foi rapidamente recebido com um beijo e abraço da esposa, Ana Laura.




      - Meu amor, que bom que voltou! Estávamos todos aflitos e preocupados. Como foi tudo? Onde estão os outros? Que história horrível é essa?
      - Calma, Laura... Uma pergunta de cada vez.
      - Perdoe-me, estou nervosa!
      - Pois não deve se estressar tanto, sabes o motivo.
      - Nosso bebê está muito bem, obrigada! Agora conte-nos tudo, por gentileza.




Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora