Capítulo 49

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                    Maria Vitória acordou fraca, e com dores pelo corpo. Isso fez Dandára se preocupar com a saúde da filha.



         - Minha mãe, o que farei com Maria Vitória?   - Questionou ela a Cila.
         - Percebestes o cansaço dela, não é mesmo?
         - Está frágil, mas tenta se manter forte!



                  Edmundo interrompeu.



         - Percebi que ela não está bem, Dandára. Eu disse, não aguentará tudo isso.
         - Mas Edmundo, o que posso fazer? Leôncio não está na fazenda, e mesmo que eu me humilhe perante o Barão, ele não a levará de volta. Te juro, Edmundo, se eu pudesse, fugiria daqui com a minha filha.
         - Isso não seria má idéia, se vocês estivessem longe daqui tudo seria melhor.
        - Não como fugir, é praticamente impossível. Eu gostaria que ao menos Maria Vitória pudesse ir para a casa de algum parente.
         - Peste ruim esse Barão! Capaz de fazer mal para a própria neta... Aquele ali vai ter o pior fim.
         - Mas é muito venerado, e temido. Fico imaginando... O quanto a esposa dele deve ter sofrido em suas mãos.




              Cila interrompeu a conversa.




         - Deixem a alma da pobre mulher em paz! Isso não nos diz respeito.
         - Ora, Dona Cila, que mal há? Não estamos falando mentiras. E mais, eu gostaria muito de ter conhecido a dona Ana Vitória, assim como eu gostaria de ter conhecido a minha mãe.   - Disse Edmundo.
         - Que conversa é essa?
         - É... Os mais velhos sempre dizem que a dona Ana Vitória era uma mulher doce, e que não merecia o marido que teve.
         - Isso não é da nossa conta! Entendo que todos estejam preocupados com Maria Vitória, e eu também estou. Mas deixem esse assunto...
 



                      Dandára puxou Cila em um canto separado.



         - Minha mãe... Sempre disse que o Barão jamais nos colocaria para fora da Fazenda...
         - Sim, sempre falei.
         - Me diz, qual a razão disso? Pois somos escravas, e a ele pertencemos.
         - Eu... Não quero falar disso. E nem é necessário agora.
         - Como não, minha mãe? Muita coisa pode ser mudada...
         - Chega, Dandára! Eu sei que existe hora para tudo, mas não é chegado o momento.




                    Dandára estava pronta para "apertar" ainda mais dona Cila. Mas um capataz apareceu ordenando que todos fossem para os seus trabalhos.




                      Edmundo segurou a mão de Maria Vitória.


         - Ô Sinházinha, prometo que vou lhe tirar desse lugar.
         - Edmundo... Não precisa, mas lhe agradeço!
         - Não me agradeça ainda. Vou tirar você, e Dandára daqui, tenha certeza!
         - Você é um homem muito bom! Muito gentil, atencioso, e de coragem.
         - É preciso ter coragem para enfrentar tudo que enfrentamos.
         - Eu reconheço isso.
         - Por favor, fique aqui, e não enfrente vosso avô. Afinal, não conhecemos o Barão totalmente, e disso não tenho dúvidas.
         - Sei me cuidar, fique tranquilo!



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now