Maria Vitória acordou fraca, e com dores pelo corpo. Isso fez Dandára se preocupar com a saúde da filha.
- Minha mãe, o que farei com Maria Vitória? - Questionou ela a Cila.
- Percebestes o cansaço dela, não é mesmo?
- Está frágil, mas tenta se manter forte!Edmundo interrompeu.
- Percebi que ela não está bem, Dandára. Eu disse, não aguentará tudo isso.
- Mas Edmundo, o que posso fazer? Leôncio não está na fazenda, e mesmo que eu me humilhe perante o Barão, ele não a levará de volta. Te juro, Edmundo, se eu pudesse, fugiria daqui com a minha filha.
- Isso não seria má idéia, se vocês estivessem longe daqui tudo seria melhor.
- Não há como fugir, é praticamente impossível. Eu gostaria que ao menos Maria Vitória pudesse ir para a casa de algum parente.
- Peste ruim esse Barão! Capaz de fazer mal para a própria neta... Aquele ali vai ter o pior fim.
- Mas é muito venerado, e temido. Fico imaginando... O quanto a esposa dele deve ter sofrido em suas mãos.Cila interrompeu a conversa.
- Deixem a alma da pobre mulher em paz! Isso não nos diz respeito.
- Ora, Dona Cila, que mal há? Não estamos falando mentiras. E mais, eu gostaria muito de ter conhecido a dona Ana Vitória, assim como eu gostaria de ter conhecido a minha mãe. - Disse Edmundo.
- Que conversa é essa?
- É... Os mais velhos sempre dizem que a dona Ana Vitória era uma mulher doce, e que não merecia o marido que teve.
- Isso não é da nossa conta! Entendo que todos estejam preocupados com Maria Vitória, e eu também estou. Mas deixem esse assunto...
Dandára puxou Cila em um canto separado.
- Minha mãe... Sempre disse que o Barão jamais nos colocaria para fora da Fazenda...
- Sim, sempre falei.
- Me diz, qual a razão disso? Pois somos escravas, e a ele pertencemos.
- Eu... Não quero falar disso. E nem é necessário agora.
- Como não, minha mãe? Muita coisa pode ser mudada...
- Chega, Dandára! Eu sei que existe hora para tudo, mas não é chegado o momento.Dandára estava pronta para "apertar" ainda mais dona Cila. Mas um capataz apareceu ordenando que todos fossem para os seus trabalhos.
Edmundo segurou a mão de Maria Vitória.
- Ô Sinházinha, prometo que vou lhe tirar desse lugar.
- Edmundo... Não precisa, mas lhe agradeço!
- Não me agradeça ainda. Vou tirar você, e Dandára daqui, tenha certeza!
- Você é um homem muito bom! Muito gentil, atencioso, e de coragem.
- É preciso ter coragem para enfrentar tudo que enfrentamos.
- Eu reconheço isso.
- Por favor, fique aqui, e não enfrente vosso avô. Afinal, não conhecemos o Barão totalmente, e disso não tenho dúvidas.
- Sei me cuidar, fique tranquilo!
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Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...