Escrava Sinhá [Concluída]

Capítulo 34

 

                   A festa do casamento estava linda, e os convidados estavam muito à vontade. Ana Laura e Celso davam atenção a todos, e estavam felizes com a presença de cada um.

                   Em uma mesa grande, estava toda a família Álvares Real, a família da noiva. Reunidos, estavam, e comentavam sobre o casamento.

         - Nossa, essa festa está linda!   - Comentou Maristela.
        - Fez-me lembrar o meu casamento com Leôncio.   - Comentou Eugênia.

                 Maristela começou a rir.

        - Não Eugênia, para! A festa não tem absolutamente nada a ver com o seu casamento com o meu irmão, lembre-se que eu estava lá nesse dia.
        - Não entendi, Maristela. Minha festa de casamento foi muito bonita, tanto quanto essa.
        - É mas não é bem da beleza da festa que estou falando, é sobre outras coisas.
        - Tipo o quê, minha querida?
        - Olhe para os noivos desse casamento, e saberá ao que me refiro.
 

                  Eugênia olhou sério para Maristela, e quando ia falar, foi interrompida por Leôncio, que lhe pediu para não dar assunto.
 

                    Berenice comentou com Virgínia sobre a festa, e o casamento.

        - Não está tudo muito lindo?
        - Está sim, Berenice.
        - Eu fico encantada com essas coisas, é tudo tão romântico, mal posso esperar para chegar a minha vez.
        - Eu espero me casar com um homem rico, e ter um casamento luxuoso, de causar inveja.
        - Ah, mas o que vale mesmo é o amor.
        - Pode até ser, mas amor não sustenta, não mata a fome.
        - Ai credo, Virgínia, olha como você fala!
        - Estou falando a verdade, Berenice. Minha irmã deu sorte de se casar com um homem bem de vida, e que ainda por cima, ela o ama de verdade, mas nem todas tem essa sorte.
        - Eu quero me casar por amor, e tenho certeza que serei feliz, mesmo que não tenha luxo, e conforto.

                 Virgínia começou a rir.

        - Está bem, Berenice, então vá, pode ir se casar com um escravo.

                   Berenice gelou, e perguntou desconfiada:

        - Por que diz isso?
 

                 Virgínia parou de rir.

        - Porque você diz que quer casar por amor, sem luxo, e sem conforto, e isso seria casar com um escravo, praticamente.
        - E qual seria o problema?
        - Ah, Berenice, pelo amor de Deus, né... Agora você já está falando besteira, é bom se calar, ou vou achar que se interessou por algum, ou seja, pensarei que está louca!
        - Eu só... Não vejo problema.
        - Mas eu vejo, e tenho certeza que todos concordariam comigo. Você tem cada uma, Berenice...