Capítulo 82

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                  O sol já havia saído, e do lado de fora as árvores derramavam gotas d'águas, e algumas poças de lamas podiam ser vistas.


                  Na casa do sítio, Maria Vitória dormia tranquila, abraçada em Fausto, mas acordou em um pulo, quando percebeu a luz do dia, e a maneira como estava.



         - Fausto, acorda!
         - Hã? O que foi?
         - Já amanheceu o dia, temos que voltar agora mesmo!
         - Mas já? Eu tô em um sono tão bom.  - Ele se espreguiçou ainda deitado.
         - Seu cínico! Como teve coragem de dormir abraçado em mim?
         - Eu? Pois tu que veio até mim durante a noite.
         - Ah, é mesmo? Não me diga...
         - Então olhe para mim, perceba que nem ao menos me movi do meu lugar, mocinha!
         - É verdade, mas... É... Ai, esquece! Vamos logo, quero voltar para casa.
         - Está bem... Nós já vamos.
         - Vem logo!
         - Calma, tô indo.  - Ele se levantou.




                  Maria Vitória saiu em direção aos cavalos, e Fausto atrás, logo depois de trancar a casa.




         - Maria Vitória, pois não estou entendendo o motivo para você estar com essa cara fechada.
         - Apenas ande, Fausto, quero montar, e ir embora logo.
         - Fiz algo que a desagradou?
         - Não! Eu já disse, só quero voltar para casa, e rápido!  - Ela espirrou.
         - Ai, meu Deus... Está resfriada?
         - Eu só espirrei, o que é bem normal, viu?
         - Estou apenas preocupado com você, não venha com pedras  - Eles pararam.  - Ontem você estava tão bem, hoje amanhece assim... Estressada!
         - Vamos montar, e ir embora, está bem?  - Ela pôs a mão no rosto dele.  - Você não fez nada, eu juro.
         - Certo... Então vamos logo, como você quer.
         - Obrigada!

















                  Lázaro se pôs de pé diante da janela da sala de casa. Virgínia se aproximou devagar, temendo como o pai a trataria, visto que tinha nele uma expressão séria, e indiferente.



         - Pai... Está tudo bem?
         - Sim, Virgínia. E com você? Jamais acordou cedo assim.
         - Estou ótima! É... Eu acordei para pedir sua permissão.
         - Sabia que havia algo por trás. O que você quer?
         - Dar um passeio pela cidade. A tanto tempo estou dentro de casa, só vou na cidade para a casa de Ana Laura, ou algo assim... Quero sair, ver pessoas, comprar coisas, comer uma coisinha diferente. Eu posso?
         - Não! Se quiser ir visitar a sua irmã, tudo bem, o cocheiro a leva. Mas se for para um passeio na cidade, não tem permissão.
         - Está sendo incrivelmente injusto, pai. Agora vamos todos nos esconder em casa? A Maria Vitória é a maior culpada, ela deve se guardar mais.
         - Eu sou o seu pai, Virgínia, e chefe dessa família. Enquanto você morar nessa casa segue as minhas ordens, e se eu não quero que você saia, você não vai sair.
         - Sabe pai, algumas vezes eu sinto que ficarei nessa casa para sempre, ou até o senhor e a minha mãe partirem dessa para a melhor. Se for assim, espero que ao menos deixem toda a casa somente para mim pelo tempo que morei aqui.  - Ela deu as costas.
         - Virgínia, tenha respeito por mim! Volta aqui, Virgínia...





                  Branca e Virgínia se encontraram no corredor.




         - Por que o seu pai está te gritando desse jeito, Virgínia?
         - Porque eu não suporto mais ficar presa nessa fazenda, por isso, mãezinha.
         - Não use um tom irônico comigo. Agora me diz, o que foi?
         - Já disse... Não quero ficar aqui! Aliás, estarei em meu quarto, não quero ser incomodada. Ao menos a isso tenho direito, não é?  - Ela seguiu.
        



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