Escrava Sinhá [Concluída]

Capítulo 122

Dias Depois...

                    Era a véspera do casamento de Fausto e Maria Vitória. Os noivos estavam ansiosos pelo grande dia, e o assunto já corria pelos cantos como um grande evento da família.

                   Pela manhã, Maria Vitória recebeu Berenice em seu quarto. As primas se abraçaram, e após os cumprimentos se sentaram para conversar. Berenice estava animada para saber o que sua prima, que estava prestes a se casar, sentia naquele momento.

         - Nem eu sei o que estou sentindo, minha prima. É uma mistura de anseio e alegria, com nervoso, e... Ai, mal vejo a hora!
         - Amanhã vai se casar e será um dia lindo! Vim vê-la, saber como está, antes passei em Ana Laura.
         - É mesmo? E ela, como está?
         - Linda! E o Bernardo? Ah, ele é maravilhoso!
         - De fato é um bebê encantador! Imagino o quando homem que ele se tornará, pois sendo filho de Celso e Ana Laura, terá uma educação muito rica em cultura e conhecimento.
         - Ah, isso com certeza!
         - E tia Maristela?
         - Ficou em casa com o papai, estão juntos, e acho que precisam de um momento a sós depois de tudo que vivemos.
         - Pois é, nem dá para acreditar em quanto tempo já passou desde a morte do barão. Agora é uma vida nova!
         - Como sempre sonhamos! Tudo parece que está dando certo.
         - Sim... Inclusive, meu livro já está pronto!
         - Livro?
         - Sim, o livro que escrevi contando a minha história. Aliás, a história de todos nós. No meu casamento toda família receberá um convite bastante especial.
         - Agora estou curiosa! O que será?
         - Aguarde...   - Risos.
         - Aguarde? Primeiro disse que terá uma surpresa, agora um convite. Estamos todos ansiosos!
         - Amanhã... Ai, já é amanhã!   - Ela suspirou.
         - Amanhã teremos mais uma casada na família.
         - Casada e finalmente feliz!   - Elas sorriram.

                  Dandára e Eugênia estavam na casa do sítio, e abriam as últimas caixas com coisas para o casamento.

         - Fausto fez bem em trazer logo tudo para cá, e em nós deixar vim organizar.
         - Eu precisava ver essas coisas para ter certeza que não haverá nada de mal gosto no casamento da minha filha.
         - Estou achando tudo muito lindo! Tudo bonito, delicado...
         - Um pouco simples, não acha? Bom, nós não temos o mesmo gosto.
         - Eu acho que Maria Vitória soube organizar bem. Nada muito simples, mas também nada muito chique.
         - Já o meu casamento foi em poucos dias, mas tudo perfeitamente belo! Você se lembra, Dandára?
         - Sim, Eugênia... Eu me lembro. Vi de longe cada detalhe.
          - Impossível não ver, foi esplêndido! Meu marido com certeza estaria radiante em ver a Maria Vitória se casar amanhã.
          - Tenho certeza que sim! Mas infelizmente não foi assim que a vida quis.
          - É... Não mesmo. Até isso aquele desgraçado do barão foi capaz de tirar. O direito da menina de ter o pai ao lado no dia do casamento.
          - Mas para quê relembrar tudo isso? Amanhã Maria Vitória inicia um novo passo na sua vida, e muito importante. Será uma felicidade tão grande que nem se lembrará das dores que sofreu.
         - É... Você tem razão.
         - E olha como a casa está bonita! Fausto arrumou tudo tão bem. A minha filha merece essa felicidade!
         - Não quis aproveitar para se casar também, Dandára?   - Seu tom era irônico.   - Afinal, está com o Edmundo.
         - Se tivermos que nos casar, será em algo simples, e nosso. Jamais usaria o casamento da minha filha para isso    - Ela sorriu.   - Podemos continuar essa organização?
         - Claro! Eu iria sugerir a mesma coisa.